Canta
Gostaria de te pedir
que voltasses a cantar.
Era a tua voz
que invalidava o pânico
quando a tarde
ficava cinzenta.
As pausas que fazíamos
nesses dias na nossa vida
deixavam em aberto
a possibilidade de viagens
que nunca tivemos
a coragem de fazer.
Ainda conservo a mala
com tudo o que
as tuas mãos arrumaram.
Hoje a tarde está carregada
de brumas perturbantes.
Gostaria de te pedir
que voltasses a cantar.
Compreendo o apelo e gostaria que ele fosse ouvido.
ResponderEliminarSe esse pedido e a fome de quem pede protecção, ainda pudessem ser atendidos, mas pelo que depreendi, receio que não.
Dentro de todos nós mora a criança que um dia fomos.
É nos dias mais tenebrosos que tudo o que se perdeu ou nunca teve, nos traz esse desaconchego da alma.
Um poema simples e tão cativante. Igualmente simples e algo infantil, é a ternurenta aguarela.
Ou, então, sou eu que também estou carente e vejo tudo de dentro para fora, sei lá.
Boa Noite.
Obrigada.
Nos dias cinzentos, por vezes, o ânimo baixa um pouco mas depois tudo retoma o curso normal. Obrigado pela classificação que deu à aguarela.
EliminarBoa Noite e um abraço.
ResponderEliminarCantar de Emigração
Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão.
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão.
Tens em troca órfãos e órfãs
Tens campos de solidão.
Tens mães que não têm filhos
Filhos que não têm pai.
Coração que tens e sofre
Longas ausências mortais.
Viúvas de vivos mortos
Que ninguém consolará.
Este parte, aquele parte
E todos, todos se vão.
Galiza ficas sem homens
Que possam cortar teu pão.
Bem lembrado este poema de Rosalia de Castro. Muito obrigado.
EliminarUm abraço
Era a letra para ser cantada...
EliminarBoa ideia. Obrigado.
EliminarÉ uma das músicas que deixa toda a gente arrepiada com pele de galinha.
EliminarE como pediu uma canção...
:)
Agradeço e aprecio a sugestão. Também gosto do Adriano.
EliminarObrigado
Simplicidade feita poema, com linhas enternecedoras
ResponderEliminarGostei
Obrigado pela já habitual vinda. Bom Dia.
EliminarUm poema que, no meu entender, tenta cristalizar uma memória. Voltarei depois de ter tido tempo de me distanciar um pouco da aguarela, que, sem que saiba dizer porquê, me deixou ligeiramente angustiada.
ResponderEliminarAbraço, L.
Curioso como uma forma simples pode transmitir uma sensação, neste caso, desagradável. Peço que me desculpe.
EliminarSerá sempre bem vinda.
Um abraço.
A sensação foi esteticamente agradável, mas acabou por fazer despontar qualquer coisa menos agradável que continuo sem estar segura de saber explicar. Não a senti como ameaçadora para mim, mas para os que virão depois de mim. entende?
EliminarOuto abraço, L.
Essas sensações são inexplicáveis mas são reais.
EliminarUm abraço
Gostei muito do seu espaço ,aquarelas tudo que amo nas artes_ ficando aqui só admirando.
ResponderEliminarParabéns! e o poema muito singelo a procura de reviver o canto perdido.
Obrigada pela visita.
grande abraço
É muito bom receber uma nova visita. Obrigado pelas suas palavras. Vou também visitar os seus blogues.
EliminarUm abraço também.
O poema que encerra na sua simplicidade a saudade de um canto que se perdeu.
ResponderEliminarBeijinhos Poeta
:)
Exactamente isso que disse. Obrigado.
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