Na casa onde viveste, junto ao porto
há uma toalha de xadrez sobre a mesa.
Ao fundo quase à beira, um vaso
com um cacto de três caules verticais.
Os quadrados pretos e brancos
exercem uma espécie de hipnose
quando fixo o olhar no cacto verde escuro
que está à frente do teu retrato.
Não sei bem se essa tontura prolongada
que cruza o meu olhar hialino
não será o amargo silêncio
que envolve a tua fotografia de criança
ao colo da tua mãe
que conservei no mesmo lugar de sempre.
Acordo do torpor com o sinal sonoro
grave e longo
do navio a partir.
Bonito exercício de poesia descritiva
ResponderEliminarGostei
Muito obrigado, agradeço a visita e o comentário.
EliminarUma imagem diferente, menos suave e mais concreta.
ResponderEliminarUm poema bem intimista.
Noite descansada de navio a ficar no porto.
Agradeço a apreciação do texto.
EliminarObrigado pela sua visita.
Uma das grandes inovações dos blogs, para os poetas, foi a de poder servir um poema grafado sob uma imagem que inevitavelmente com ele dialoga.
ResponderEliminarGosto de cactos e gosto de poemas. Obrigada pela oferta deste diálogo matinal, L.
Abraço
Bom Dia. Obrigado por esta visita ao iniciar o dia.
EliminarUm abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMeu caro
ResponderEliminartenho normalmente
um comportamento
que diria malcriado
Quando chego, não cumprimento
Quando saio, não me despeço
E é raro deixar um elogio
Mas hoje faço traição
a tal tradição
É que seu(s) poema(s)
criam um tal ambiente
que até dão tangibilidade
àquilo que a gente sente
Que a teu navio
seja dado
o rumo esperado
e que o mar lhe seja calmo
Abraço
Fico sensibilizado com a excepção que abriu depois da leitura. Fico sensibilizado. Também visito o seu blogue e como sou um apoiante das suas posições, também comprometido, raramente comento mas relembro esta frase "vogamos no mesmo mar e sob a mesma bandeira".
EliminarObrigado e até logo.
Elogio a inspiração e criatividade manual inserta na feitura da tela. O Poema é lindíssimo.
ResponderEliminar.
Um dia feliz
Saudação poética
Um grande obrigado pela assiduidade da sua visita e pelas simpáticas palavras.
EliminarAté logo.
Gran poema, con una descripción muy precisa. Esa imagen, hace el complemento perfecto a esa buena descripción.
ResponderEliminarBesos
Agradezco su visita y sus amables palabras.
EliminarTe deseo un feliz día.
Boa Tarde, Sr. das Nuvens!
ResponderEliminarNão vejo cacto verde, mas dourado
não vejo toalha e sim um deserto.
Vejo um desenho lindo sem ver o retrato
e um poema triste de memórias
tão longe e tão perto...
Adorei a publicação de hoje, reflexo de uma alma sofrida.
Um abraço e até logo.
Boa tarde. Gostei da conclusão do seu comentário que agradeço.
EliminarEntão até logo.
Caramba! Esperava uma recepção mais calorosa...
EliminarEstá mal disposto?
Quando é que aceita um abraço meu?
Olha que isto de abraços virtuais não propagam o vírus, no caso de eu estar contaminada, vá!
Depois vai-se queixar para a vizinhança, que é vítima de maus-humores.
Que direi eu, Senhores!
Ó Dona Sinuosa, venha cá em meu auxílio...
Aceito o abraço e retribuo. Peço que me desculpe mas não sou uma pessoa efusiva. Fico a saber que conhece alguém que mora perto de mim, no entanto, será difícil alguém a ter informado dos meus desabafos dado que não mantenho qualquer relação próxima com vizinhos.
EliminarSempre exprimi o enorme agrado que tenho em receber comentários dos leitores, onde a Dona Janita está incluída, sendo até das primeiras a vir ao meu blogue.
Agradeço-lhe a sua assiduidade e continuo a contar com ela.
Muito Obrigado.
Um abraço e até logo.
Ah, assim já fico mais satisfeita... :-)
EliminarQuando falo em vizinhança, sem que seja em resposta a quem já a mencionou, refiro-me a vizinhos do nosso blogobairro.
E pode excluir o Dona, sff, só Janita já está bom.
Obrigada.
Muito obrigado por este diálogo, é isto que dá vida e justifica a existência deste espaço.
EliminarEstou reconhecido.
Janita, o Sr das Nuvens expõe-se tanto nos seus poemas ficcionados e ainda ia acatar o "ser uma alma sofrida"?
EliminarNão! um homem é um homem e um gato é um bicho!
:)
Ó Sinuosa...não seja sarcástica.
EliminarEntão, a tontura provocada pelo padrão da toalha de xadrez,
naquele olhar transparente e límpido, que olha uma foto de infância,
a mim, soou-me a um recordar de alguém que tem a alma dolorida por essas mesmas recordações...
Deixe-se lá de gatices que não vêm nada a propósito. Não foi para isso que pedi o seu auxílio.
Afinal, eu e o autor do texto, acabámos por nos entender.
All the people need is love...
Não fui 100% sarcástica. Acho elegante um homem não ser "mole".
Eliminar:)
Prefere homens rudes, machistas? Eu não!
EliminarElegância no trato e no sentir, é haver sensibilidade para expressar os sentimentos.
Independentemente do género... :)
Fico encantado com o vosso diálogo. Receio não ser merecedor de tanta atenção, mas sinto-me honrado. Não deixem de vir logo aqui porque publicarei um texto algo diferente.
EliminarMuito obrigado a Janita e a Sinuosa.
Janita, independentemente do género, gosto de gente apaixonada e não gosto de gente melada.
EliminarAgora é que a vizinhança vai ficar a saber das nossas quedas para isto ou para aquilo.
:)
Tem que deixar soltarem-se umas lágrimas para o olhar deixar de ser hialino e ficar transparente, e presente, Sr das Nuvens!
ResponderEliminar(achei esse verso inesperado e marcou o seu poema hoje)
:)
A imagem, é um utensílio de madeira (em forma de forquilha tosca) a fazer equilíbrio num tabuleiro de damas, como salta à vista de todos!
:)
Obrigado pelo seu comentário, engraçado como sempre. A interpretação do desenho é que não está correcta, de facto é um cacto.
EliminarAté logo.
Boa noite. Não sei jogar xadrez, só um pouco de Dama. Mais sei que é um jogo para pessoas muito inteligentes. Mais o desenho é maravilhoso e com o texto brilhante, nota 10.
ResponderEliminarComentário simpático que agradeço. Aprecio a sua visita.
EliminarBoa Noite.
Interessante!
ResponderEliminarEu vejo um homem a olhar a criança e a mãe numa foto antiga(a sépia ou P&B).
Tudo o envolvente é apenas memória.
Só a foto é real.
E nela estão o autor e a sua mãe.
;)
Imaginou a cena muito bem, corresponde ao que o autor concebeu. Certeiro o seu comentário.
EliminarObrigado