As fotos do delírio
Folheio a propaganda de mais um supermercado
uma revista mole em papel quase brilhante.
Deixo cair os olhos magros
sobre um naco de bacalhau
de vários andares montado
a escorrer pingos de azeite
do que brilha como o sol.
Corro salivando à fonte
de luz e prazer para o ver
ao vivo e perto o mais possível.
Já o povo que o consome
arrastava os seus carrinhos
e bloqueava o palco
salgado e mal cheiroso
onde o famoso actuava.
Senhas para aqui, empurrão para acolá
números vermelhos a cair na parede
esperei ___ salivei
esperei ___ salivei
esperei ___ salivei
esperei ___ salivei
esperei ___ salivei
esperei
e já distraído acordei
com uma mancha azul à frente
da bata com um homem dentro
tirando-me as ilusões :
Queres bacalhau? Já não há!
Depenado como estás
só podes comer "paloco"!
Com a resposta em verso solto regresso ao confinamento
se não trago a promoção volto às fotos do delírio.
A poesia é diferença. Criatividade
ResponderEliminarE agora foi diferente
Gostei
😊
Tentar sair do registo mais comum, para não encher a paciência de quem nos lê.
Eliminar
ResponderEliminarÉ melhor fazer como eu... e não embarcar em propagandas nem em fotos delirantes!
Ah... por acaso amanhã vou comer bacalhau!
(^^)
Que inveja, Clara, já não me lembra de comer bacalhau.
EliminarO ano passado na Noite de Consoada comi javali sem saber o que comia. Só mais tarde é que soube.
O que uma pequena portuguesa delira no país dos poetas e filósofos.
Teresa,
EliminarSe o prato me sair bem, eu fotografo e dedico-te uma publicação.
😘
espero ___ salivo
Eliminarespero ___ salivo
espero___ salivo
espero ___ salivo
e deliro
Resposta a Clara.
EliminarNão costumo seguir os conselhos dos folhetos mas, confesso, gosto de ver.
Resposta a Ematejoca.
EliminarNão sei o que responder.
Delírio e não pequeno
ResponderEliminarfoi esse sonho bizarro.
Soubera eu o fosse
essa coisa alternativa
a que chamou de "paloco"
já amanhã lhe enviava um
bacalhau desses grossos
que o fizeram salivar.
Não quero vê-lo metido
numa camisa-de-forças
antes de chegar o Natal.
Isto de blogar é tramado
quem não estiver habituado
só em louco pode dar...
Com isto tudo,
ali está uma bela tirinha,
de sete nuvens amarelinhas.
Isto vai lindo, vai!
Boa Noite.
Deite-se cedinho.
Paloco é um peixe da família do bacalhau, muito parecido, mas não é bacalhau, ou seja é uma imitação mais barata.
EliminarObrigado pelo comentário que parece também um poema.
Boa Noite, noite que ainda vai durar.
Dziękuję za odwiedziny i słowa.
ResponderEliminarTłumaczenie Google
Ah, o bacalhau, tão nosso, tão tradicionalmente português, ainda que vindo das gélidas águas da Noruega... nem a mim me ocorreria sonhar com ele, já que sistematicamente me recuso a olhar para essas folhinhas publicitárias nas quais o azeite brilha como o sol :)
ResponderEliminarMas deixou-me aguada, L. . Até as suas lindíssimas árvores/nuvem me parecem (muito vagamente, claro) postas de bacalhau das quais escorre o tal azeitezinho...
Forte abraço!
Sempre engraçados e simpáticos os seus comentários.
EliminarAgradeço muito.
Saúde e um abraço.
Fabulous blog
ResponderEliminarThank you for your visit.
EliminarPlease read my post
ResponderEliminarI will be happy to visit your blog.
EliminarEstamos continuamente bombardeado por la propaganda...no me extraña, que sueñaes con ella.
ResponderEliminarBuenas Noches
Es cierto, la publicidad a veces nos lleva a consumir mucho.
EliminarBuenas noches
Un abrazo
Boa noite. Parabéns pelo texto maravilhoso. Mais confesso que não gosto de bacalhau. Prefiro sardinhas. Quanto aos folhetos de propagandas, aqui no Brasil estão sumidos.
ResponderEliminarTive imenso gosto em conhecer a sua realidade nessa terra tão longe, cada terra com seu uso.
EliminarObrigado pela sua visita.
Boa Noite.
Poeta
ResponderEliminarEstou a rir, porque este poema além de ser verdadeiro tem humor.
Se não fosse pela publicidade até era capaz de dizer que Super tem essa mania de publicidade, como se o povo fosse tolo e fosse em fantasias..
beijinhos
:)
Fico contente por ter provocado o seu riso.
EliminarObrigado.