Perdi não sei bem o quê entre os meus 19 e 20 anos
e não mais parei de procurar
Cola-se a nós a ilusão
que sabemos para onde ir
e tudo em nós se comanda
com a vibração da volúpia.
Tudo são certezas
que provêm dos equívocos,
tudo parece a resposta fácil
da natureza e do corpo
e não há choros nem pânicos.
E num dia já tarde
com um livro aberto
sobre os joelhos
encontramos o silêncio
que nos ficou na boca,
entreaberta boca
que devorou o tempo todo.
Esse é o momento da revolta
e da certeza do que perdemos.
Este é um poema diferente. Li, entendi e compreendi a revolta.
ResponderEliminarMelhor do que sofrer pelo que não se disse, é tentar expressar agora o silêncio contido, em palavras escritas.
Solte-se, não lhe faltam espaços onde possa recuperar o tempo perdido.
Gostei da aguarela e dessa macieira grande, cheia de saborosos frutos vermelhos, mas não silvestres.
Boa Noite!
Um agradecimento pelo comentário compreensivo e pelo conselho.
EliminarObrigado pela interpretação da aguarela.
Uma Boa Noite.
Ah... hoje tenho a certeza de que não me enganei na porta, ali está uma aguarela com a sua assinatura! 😊
ResponderEliminarCuriosamente nela estão congregadas as quatro cores que utilizou na série de publicações que antecedem esta: o azul, o branco, o vermelho e o preto.
Depois de ler o poema, veio-me à memória uma frase batida: «Ai se eu tivesse vinte anos e soubesse o que sei hoje...»
Beijinhos pródigos
(^^)
Bem observada a aguarela. É uma verdade esse desabafo que todos já tivemos sobre os nossos vinte anos. O tempo não volta atrás.
EliminarObrigado pela vinda.
Um abraço
"ilusão", "volúpia"
ResponderEliminar"equívocos", "choros",
"pânicos", "silêncio"
"revolta", "perda"
Porra! Sai dessa...
Dizes ter perdido não sabes bem o quê entre os teus 19 e 20 anos e não mais paraste de procurar.
Mas... bem podes parar. Ninguém precisa
de regressar à idade da utopia
A poesia permite tudo. Há dias...
EliminarUm abraço e obrigado.
Eu sei muito bem o que perdi entre os meus 19 e 20 anos.
ResponderEliminarUma aguarela com as quatro cores: o azul, o branco, o vermelho e o preto.
É um prazer ler o poema e observar a aguarela, num momento, em que estou quase a perder a razão.
Muito original a parte final do seu comentário. Algo preocupante.
EliminarQuando ler a minha resposta ao seu comentário, compreende o motivo da minha amargura.
EliminarJá li. Compreendi.
EliminarTanta negritude na mesma produção poética.
ResponderEliminarÉ como já escrevi hoje. São recursos fáceis na escrita. Resultam bem por vezes. Esta foi uma delas.
Deixamos que a mão diga o que a cabeça pensa.
EliminarObrigado pela sua vinda.
Perdoe-me, mas vou mesmo ter de citá-lo, L. ; "Deixamos que a mão diga o que a cabeça pensa". É exactamente isso, tanto na poesia quanto na expressão plástica.
ResponderEliminarE, retomando um velho arquétipo, melhor ainda se cabeça, coração e mão confluem num súbito impulso criativo.
Forte abraço.
Céus!!!
EliminarSe eu deixasse que a minha mão disesse o que a minha cabeça pensa!!!
Deixo que a mão do poeta e a mão da Maria João digam o que a vossa cabeça pensa, mas cuidado com demasiado coração.
Maria João, completou o meu pensamento. Obrigado.
EliminarEmatejoca, dizemos mas sabendo evitar as inconveniências.
EliminarPor mim registo o conselho.
NUNCA dou nem recebo conselhos!!!
EliminarEstou agarrada à CNN desde os ǘltimos dias, portanto, não se admire com a minha agressividade.
Muito bem, também tenho passado por aí para ver como a "coisa" vai.
EliminarNão achei agressividade.
É uma idade linda onde se perde e ganha muito do futuro da vida.
ResponderEliminar.
Deixando um abraço
Obrigado pela sua vinda e pelas palavras.
EliminarUm abraço também.
Caro Poeta
ResponderEliminarnessa idade perdemos sempre muita coisa
mas com o tempo ganhamos outras
cada tempo tem beleza
e com o passar do tempo por vezes a beleza acentua-se
basta sabermos olhar
gostei bastante
beijinhos
:)
E eu estou muito de acordo consigo.
EliminarObrigado