Foto do autor do texto



Executem-me


Ambiciono que os meus dedos 

assassinem quase toda a minha memória 

que rasurem as linhas dos remorsos 

no anseio de que nada reste 

para que haja mais bocas silenciosas 

do que corações a bater. 

No futuro ninguém contará as minhas histórias. 


Podem fazer o favor de me executar

ou tenho que agrafar o desassossego do amor

num qualquer quarto de aluguer?




23 comentários:


  1. Credo!
    Isto por aqui anda muito negro!
    Vou ali... e volto de dia quando houver luz!

    Boa noite... mas que ela finde depressa
    (^^)

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    1. Há dias assim. Não prometo nada.
      Obrigado, Boa noite.

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    2. Credo, AFRODITE!!!
      Esta noite, nem deixas os teus deliciosos beijinhos.

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  2. É melhor ir agrafar o tal desassossego numa noite de amor,
    porque por aqui ninguém vai ter coragem para o executar...mas adorei o negrume das nuvens, nesse mar a ameaçar tempestade.
    Afinal, a tempestade veio no texto. :)

    Um abraço.
    Boa noite.

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    1. Quer dizer que estou a salvo, por enquanto. Vou sobrevivendo texto sobre texto.
      Obrigado.
      Uma noite descansada.

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  3. Acabo de assassinar o poema.
    O sabor e o perfume das palavras continuam dentro de mim.
    Com lágrimas na consciência fecho o caderno.

    Gosto tanto do poema desta noite, que é difícil não o querer “assassinar” também.
    Também gosto da fotografia.

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    1. Pode assassinar à vontade porque isso quer dizer que ele vai viver para alguém que não o pode conhecer assim. Nada de remorsos, está a praticar uma boa acção.
      Um abraço.

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    2. Ah...essa eterna predisposição do ser humano ( felizmente, raros) em dar o que se não recebe e, provavelmente, não recebe porque a pessoa também não quer receber e, ignorar, propositadamente ou não, o que se recebeu.
      Será a tentativa de seguir a máxima: «Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura»?
      Diga-me o administrador deste invulgar blogue, porque eu ainda o não consegui entender.

      Eu sei... Sou masoquista, ou pareço, mas não sou sádica.

      E não me venha dizer que não sabe do que falo.

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    3. Lamento, mas com efeito, não consegui entender. Insuficiência minha, decerto, mas preciso de mais objectividade.
      Agradeço na mesma, fico sempre reconhecido pela atenção que me dispensa.

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  4. A criação leva nos e traz nos da escuridão com muita facilidade
    Gostei

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  5. Gosto da foto.
    Seria simpático dizer que gosto do poema? Decerto que sim. Mas seria sincera? Não gosto de execuções.
    Abraço e saúde

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    1. Aceito todas as opiniões e agradeço na mesma a sua visita e a sua sinceridade.
      Bom Dia e um abraço. Saúde também para si.

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  6. A foto é lindíssima. O poema muito bonito que aplaudo e elogio.
    .
    Abraço
    Cuide-se
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  7. Executo a leitura, palavra a palavra.

    Tem razão, L. ; no futuro ninguém contará as nossas histórias.

    Forte abraço!

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  8. Eu queria
    e até podia
    caso tivesse munições

    Mas... hibernando
    atinges dois objectivos
    - todos te julgarão morto
    - no futuro poderás contar as tuas histórias
    sob a forma de poemas belos

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    1. É uma sugestão. Vou meditar sobre essa possibilidade. Obrigado.
      Um abraço

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  9. Esas historias pueden quedar reflejadas en el diario de tu vida.

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  10. Nestes tempos estranhos, basta sair à rua para poder vir a ser executado, e pelo preço dos alugueres, é melhor ficar sossegado (;
    (desculpe a ironia, hoje deu-me para isto )

    Revi a foto do mar, tranquilizou-me (;

    Um abraço



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    1. Achei bem humorado o seu comentário. Gostei. Obrigado por ter vindo.
      Um abraço e saúde.

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