Foto de Ana Luís Rodrigues
Agora, a tua mão
Gastei a paisagem de tanto olhar,
moem-se-me os olhos
a querer ver o que não existe,
depois é uma agitação nas palavras
para ninguém, uma mágoa
na partida das andorinhas,
na desfolhada das árvores,
nos dias escuros.
Fico silencioso
a acompanhar a vida de um pardal
em cima de um muro
até ele partir também.
Moem-se-me os olhos
a querer ver o que não existe.
Não é fácil largar agora a tua mão.
O contacto humano como garante da felicidade em vez da tristeza
ResponderEliminarContacto imprescindível. Obrigado.
EliminarO toque que atualmente tanta falta nos faz
ResponderEliminarCumprimentos
Em breve voltará.
EliminarCumprimentos.
Bom dia!
ResponderEliminarEis um texto que me tocou profundamente e de forma muito especial.
Todo ele está impregnado da dor da partida, do medo de enfrentar a solidão quando mais se precisa de companhia.
Alguma relação a primeira foto terá a ver com as palavras, embora toda a minha atenção fique presa nelas e na foto seguinte.
Hoje não consigo escrever mais nada...
Vou deixar algo que nunca deixei antes, não por pensar que o autor precise, mas porque preciso eu.
O meu abraço.
O objectivo foi cumprido, no seu caso, tocar a sensibilidade de quem lê.
EliminarAgradeço a compreensão e solidariedade.
Um abraço também.
Um pedido pertinente que expressa extrema solidão — embora solidão não significa não ter companhia — podemos sentir-nos sós no meio de uma multidão.
ResponderEliminarBem observado.
EliminarAs mãos enlaçadas como garantia de suporte e ternura...
ResponderEliminarNa falta de mãos reais, reinvento-as a todo o instante... mas não basta. É apenas um mecanismo de substituição que temporariamente vai funcionando.
Forte abraço, L.
Técnicas para combater o isolamento.
EliminarObrigado. Um abraço.
Uma árvore solitária e seca, frente ao imenso mar e a floresta do outro lado. A solidão dos idosos, imensa como o mar, perante a indiferença do resto dos humanos simbolizados pelas arvores do outro lado. Uma foto que conta a história de muita gente.
ResponderEliminarO tema repete-se no poema. "A mágoa na partida das andorinhas" a mágoa pelos amigos e familiares que vamos perdendo ao longo dos anos, "nas desfolhadas das árvores, nos dias escuros", o avançar da idade, o inverno da vida, o sentimento de que ele próprio está cada vez mais perto da partida e o não querer ser como o pardal solitário nessa hora, agarrando-se à mão que esteve sempre a seu lado como o náufrago à tábua de salvação. Emocionante para todos nós a quem os anos cobriram de neve os cabelos. Porque no fundo todos, ou quase todos estamos no mesmo barco, partilhamos o mesmo sentimento, só não temos a poesia na alma que faz o poeta escrever assim.
Abraço e saúde
Gostei muito do seu comentário, a interpretação pormenorizada do texto faz com que o que ficou escrito seja mais validado. Agradeço o tempo que dedicou à análise com a, qual concordo.
EliminarSaúde, um abraço.
Dziękuję za komentarz. Tłumaczenie Google.
ResponderEliminarEstou a ter dificuldade em comentar esta sua publicação, pela emoção que me faz sentir.
ResponderEliminarNão é fácil largar a mão de quem tanto amamos, mas acredite, que largar é melhor, que agarrar porque precisa.
Um abraço !
Sinto-me compensado como autor do texto, tocar a sensibilidade de quem lê falando de situações com que os leitores se identificam é o objectivo.
EliminarObrigado, um abraço.
Caro amigo
ResponderEliminarum poema que me sensibilizou bastante.
concordo quando escreve " não é fácil largar a tua mão"
pois não, não é nada fácil..
boa semana
:(
Muito obrigado pelas suas palavras.
EliminarUm abraço