Terras tristes
Está velha a minha enxada
tem dentes do tempo
ao contrário de mim que sou o seu dono
ganhou-os a sacholar as pedras por engano.
Depois desta mortandade
há sangue no chão da semeadura.
Velha e triste Sevilha
onde nem os nossos irmãos de Badajoz
se salvaram às mãos de Queipo.
Recalco as memórias ao som de Alonso Lobo
na catedral da minha cidade
antes de voltar à terra.
Tierras tristes
Está vieja mi sacho
tiene dientes del tiempo
contrario a mi que soy su dueño
se los ganó sachando las piedras por error.
Después de esta mortandad
hay sangre en el suelo de sembradura.
Vieja y triste Sevilla
donde ni tampoco nuestros hermanos de Badajoz
se salvaron de las manos de Queipo.
Recalco las memorias bajo el sonido de Alonso Lobo
en la catedral de mi ciudad
antes de volver a la tierra.
Tradução de Ana Duarte
Não conhecia a música de Alonso Lobo — que me lembra o Requiem de Mozart — EXCELENTE.
ResponderEliminarTenho de perder os meus preconceitos contra a Espanha 🇪🇸 o sangue da minha bisavó materna corre nas minhas veias.
Um poema escrito algum tempo atrás, porque vem acompanhado da tradução espanhola.
O desenho é de uma fina elegância.
Publicação absolutamente perfeita.
Pois espero que reconsidere os seus afectos, ou a falta deles, a Espanha. É um país maravilhoso e a história recente de resistência ao fascismo é um período heróico.
EliminarVou tentar — embora a Guerra Cívil de Espanha tenha sido um poço de atrocidades de ambos os lados.
EliminarE o que me diz sobre a política espanhola actual?!
Pois bem, ontem vi um policial espanhol excelente.
Tanto a Guerra Civil como a política actual daria uma longa conversa.
EliminarPois também eu fiquei aqui à escuta, deliciando-me com tão nobre peça do renascimento.
ResponderEliminarGostei do esboço, pode não ser Badajoz, mas que tem um ar mourisco, isso sem dúvida.
O texto, ao som da música, ganhou uma identidade temporal própria, e atravessou como um portal do tempo e recuou até ao tempo de Alonso Lobo, em pleno séc. XVI.
Parabéns por este tríptico que me fez viajar no tempo.
É sempre compensador quando os leitores dão nota do seu agrado. O desenho é Badajoz a "Torre del Oro". Muito obrigado.
EliminarGostei imenso do desenho, um desenho super lindo e encantador!! Muito boa continuação de maravilhosa semana para ti, muita alegria, paz e imensa saúde na tua vida, muitos beijinhos e fica bem!!
ResponderEliminarSempre gentil na sua apreciação, muito obrigado.
EliminarSaúde, um abraço.
Interessante dicotomia linguistica que dá diferentes leituras ao mesmo poema
ResponderEliminarEm Castelhano fica com uma bonita sonoridade.
EliminarObrigado
Bom dia!
ResponderEliminarPoder-se-ia apelidar este espaço com vários adjectivos, porém, jamais de entediante e repetitivo...
Esta publicação, tripartida no melhor há em Arte, comprova o pensamento que me aflorou à mente mal aqui entrei.
Parabéns ao seu Autor.
(Não sei se sabe, mas tenho uma forte paixão pela Língua Castelhana)
Um abraço.
Ainda que mal pergunte, caro Senhor das Nuvens: também anda às voltas com os festejos do centenário do PCP?
EliminarLevanta-se de madrugada e recolhe ao pô-do-sol... :)
Para conservar e se possível aumentar o número dos meus leitores, tento diversificar os temas, agradeço que tenha reparado e que tenha feito menção.
EliminarFico satisfeito pela sua classificação à publicação de hoje.
Também me encanta Espanha (muito mesmo) e o Castelhano.
Não estou em trabalhos relacionados com os festejos dos 100 anos, deito-me tarde e levanto-me cedo porque é o meu festejo de estar vivo.
Muito Obrigado, um abraço.
brancas nuvens negras, sais a mim, eu também me deito tarde e acordo cedo, até um pouco cedo demais, acho que é por causa dos cafés que bebo de manhã e ao almoço, agora vou deixar de beber ao almoço para ver o efeito que dá em mim, muitos beijinhos e fica bem!!
EliminarObrigado pelo diálogo
EliminarUm abraço.
Excelente publicação, L., excelente!
ResponderEliminarForte abraço!
Muito obrigado, valorizo as suas palavras.
EliminarSaúde, Um abraço.
Eu, „rainha da noite“ como me chamava o meu „deserto loiro“ deito muitíssimo tarde e levanto-me tardíssimo.
ResponderEliminarQuando terminar o „lockdown“ já tenho que me levantar cedo.
Vim para ler novamente o poema ao som da música de Alonso Lobo.
O traço fino do desenho lembra-me os desenhos de Lyonel Feininger.
Gosto de Lyonel Feininger. Uma nova visita para reler, ainda assim, a leitura foi superada pelo som e pela imagem.
EliminarOuvi e gostei!
ResponderEliminarA aguarela está perfeita.
O poema também, que mais posso dizer?!
Um belo post
:)
Um grande obrigado.
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