Elas são o rosto das mulheres


Elas aceitam a sua missão fundamental 

aceitam a dor 

elas são eternas como a vida 

dolorosa 

inquietante 

esgotante 

elas são a mão providencial 

sempre com um sorriso 

ou uma lágrima por vezes invisível ___ 

___ íntima 

elas oferecem-nos um peito fecundo 

à medida da nossa boca iniciada 

a boca que um dia lhes dirá adeus 

que confirmará a dor perpétua 

porque o amor também é dor. 

Quando as recordamos encontramos 

em cada lugar de nós uma criança 

que elas chamam por nomes carinhosos 

que inventaram. 

Para a minha mãe invento eu o nome 

que poderá ser Ana.



 

25 comentários:

  1. “Elas são o rosto das mulheres”
    Penso que se refere às MÃES.
    Estou demasiado cansada para compreender o poema.
    A imagem é surreal — gosto.

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  2. Essa lua, aqui, é cheia
    e ilumina
    um frágil abacateiro...

    Quanto a nomes carinhosos
    A minha mãe, Maria
    respondia, ela olhava
    quando era chamada
    Avó Mimi

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    1. Cada um tem a lua que merece. Certos nomes carinhosos guardamos só para nós.

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  3. Claro que compreendi a mensagem do poema, só que estava demasiado cansada para polemizar.
    Nem todas as mulheres || mães aceitam a dor.
    A missão fundamental da mulher é saber exatamente o que quer e lutar para a realização dos seus desejos e ideiais.
    Eu sei que o poema foi escrito como homenagem à mãe do poeta, alargando-o para todas as mães.
    Aceito a visão do poeta sobre o tema maternidade, embora continue irritada com a conotação quase religiosa da missão da mãe.

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    1. Estou de acordo consigo. Este texto é dedicado à minha filha.

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    2. Estou francamente surpreendida que o poema seja dedicado à sua filha.
      A visão da maternidade aqui exposta é da época da sua mãe, digo eu.
      Pensei que ANA era o nome da sua mãe, daí ter dado à sua filha o mesmo nome.
      Summa summarum: embora antiquada uma visão interessante sobre o tema com um desfecho surpresa.

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    3. As mulheres são a cola que nos mantém unidos

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    4. Um comentário curioso que, de certo modo, responde à Teresa.
      O sentir das mães de hoje, não conheço, mas como tudo o mais, as novas gerações fazem diferente... nem sempre para melhor.

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  4. Fiquei um bom tempo com os olhos colados, primeiro à colagem, depois ao fabuloso poema...

    Sei que me não vou referir ao verdadeiro sujeito desta publicação/homenagem, mas... vejo árvores.

    Também elas são mães que, há uns dois ou três bilhões de anos, brotaram e começaram a preparar as condições ideais para a eclosão dos nossos primeiros antepassados do reino animal.

    A Evolução é, para mim, o mais belo dos poemas, L. Talvez seja ela a minha Musa. Nunca o saberei, mas a dúvida é o mais forte dos meus motores, disso estou segura.

    Peço desculpa por ter feito uma interpretação tão pessoal daquilo que por si foi tão magnificamente criado, L.

    Forte abraço!

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    1. Os seus comentários são sempre bem vindos e retenho as suas referências, nada para desculpar, é um enriquecimento.
      Um abraço, bom domingo.

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  5. Suavidade, ternura e beleza, é o que vejo nesta encantadora publicação de hoje.

    Também a minha Mãe se chamava Ana, e Ana, é o nome da minha Filha.

    Um abraço.

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    1. Ana é um nome de que gosto. A publicação de hoje foi do seu agrado, a mensagem passou.
      Muito Obrigado.
      Um abraço.

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  6. E eu, que já fui filha bebé, criança, menina e mulher, sempre desejei ser " o rosto das Mães " e, agora, como mãe e avó, olho para o desenho e revejo-me nele, mas, mais importante que isso, penso na minha e em todas as outras; vejo as MÃES e não as simples parideiras ( há muitas, infelizmente ) como troncos que suportam um mundo, não aquele mundo inteiro de que tanto se fala, mas o mundo da familia que nem sempre entende que elas também têm, nos ombros, o seu próprio mundo interior, com as suas inquietações, as suas perguntas sem respostas, os seus sonhos pessoais. O céu de uma mãe nem sempre tem estrelas, e as nuvens, por vezes são muito escuras, carregadas, prontas a descarregarem a sua " fúria " sobre terra, mas, isso elas escondem só para elas...ninguém nota. Com o passar dos anos, talvez só quando nos tornamos mães, é que conseguimos reparar no olhar das nossas, sem brilho e vazio que contrasta com o sorriso sempre presente no rosto, sorriso esse que tentam, a todo o custo, ver estampado no semblante dos seus filhos. Podes crer, Amigo, que só há alguns anos me apercebi do tanto que a minha mãe lutou pelo bem - estar dos filhos e que nem sempre o sorriso dos seus lábios reflectia o turbilhão de preocupações que lhe ia na alma. Penso, no entanto, que ainda fui a tempo de a entender melhor e de lhe proporcionar um fim de vida sereno, mostrando-lhe assim, o meu reconhecimento pelos sorrisos que me proporcionou, pelos afagos e, principalmente, pela luta diária para que os filhos tivessem o conforto que ela não teve, numa época em que a pobreza imperava nas aldeias deste nosso Portugal. E a ti, Amigo, agradeço esta homenagem que, incentivada pelo teu poema, fiz à minha querida Mãe que nos deixou há um ano. Obrigada! Um beijinho e votos de saúde. Que a vida te permita dias serenos, sempre com amor e carinho à tua volta.

    Emilia 🙏 ♥️

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    1. Profundo e completo este seu comentário, não ficou nada por dizer e concordo com tudo. Só investidos da responsabilidade de sermos pai e mãe, e com o decorrer do tempo, vamos compreendendo a missão dos nossos pais, por vezes actuaram de maneiras diferentes das nossas mas os objectivos eram nobres.
      Agradeço a gentileza dos seus votos, curvo-me à memória da sua mãe que partiu há tão pouco tempo. Envio-lhe um abraço.

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  7. Mães, sempre permanecem por perto, são feitas de eternidade.
    Uma semana feliz

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    1. As mães são mães até ficarmos sem elas.
      Boa semana, um abraço.

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  8. Ser mãe é mais que dar à luz. Há mães que não deram à luz, mas que o são e há mães que deram à luz mas que não são mães. Tento ser uma boa mãe todos os dias, mas mais do que isso, educar os meus filhos para saber estar neste mundo, e serem seres humanos equilibrados. Uma curiosidade, como filha do autor, sou mãe de gémeos tal como foi a minha avó, mãe de gémeas. Tenho a certeza que foram mais os desafios da minha avó noutros tempos, do que os meus hoje em dia. De qualquer forma, a dedicação para o criar e educar é intemporal.

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  9. Um poema muito terno. Tive mãe e pai até à poucos anos. Mas vou confessar-lhe uma coisa. Sempre considerei o meu pai mais mãe que a minha mãe. Não que ela fosse uma má mãe, coitada a vida não lhe ensinou a ser diferente. Não é o caso da mãe que o poema descreve.
    Bom, parabéns à Ana. Ter filhos gémeos deve ser maravilhoso.
    Abraço, saúde e uma boa semana

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    1. Todos nós temos recordações boas e más dos nossos pais, cada um com as suas.
      É bom ter filhos gémeos, mas com estes dois e um mais velho já são três... uma canseira.
      Saúde e um abraço para si.

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  10. As mães são eternas... e as filhas poderão vir a ser mães... e o ciclo reinicia-se!

    Um abraço e tudo de bom
    (^^)

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  11. Uma publicação ternurenta com sabor a mel.
    Lembrou-me o meu pai docinho... e a minha mãe mais dada ao sal. Acontece!
    E porque de Anas se trata, tenho uma irmã Ana, e uma filha SusAna.
    Beijos Luis, Para si, filha e netos.
    (Desculpe Luis, hoje não estou bem.)

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    1. Apesar disso fez-me uma visita, agradeço. Que tudo corra bem é o que desejo.
      Um abraço.

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    2. Curiosa a sua definição de "mel e sal" com que definiu os seus pais. Fico satisfeito por ter gostado da publicação.
      Um abraço.

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