Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Os arquitectos e as cidades
As cidades nascem e crescem
nas mãos que inventam paredes
dos que não deixam que se esqueçam
as janelas de luz ___
___ das cidades nascem os seus arquitectos.
Eles têm os dedos na pedra
nas suas arestas
nos desenhos sempre inacabados
porque sonham para além da terra
e do homem que habita,
eles surpreendem-se
com os destinos que o seu olhar imagina
ideia filha de outra ideia,
eles desenham na sua mente a impossibilidade
e eles sabem esse impossível
mas desenham com palavras
convincentes no seu mundo,
eles nascem das cidades
caminham sobre a beleza e inventam
as casas da nossa solidão ___ obscura
sem o saberem.
Eles sonham
para além da terra
e do homem que habita.
E como o filho primogénito do Luis é arquitecto,
ResponderEliminarautor da fotografia e, provavelmente, vive numa grande cidade,
desta vez as palavras do Pai ser-lhe-ão dedicadas.
Se não na totalidade, a maioria. Mas também posso estar enganada.
Esse rasto do jacto no céu, onde o sol se despede do dia e a cidade se prepara para dormir, faz deste conjunto, foto/palavras uma parceria muito bonita e interessante.
Parabéns a ambos.
Boa noite.
Um abraço.
Tudo certo no seu comentário. É uma grande investigadora e tem boa memória.
EliminarAgradecemos os parabéns e as palavras elogiosas.
Uma noite descansada, um abraço.
Os arquitectos e os bairros
ResponderEliminarOs bairros nascem e crescem
nas mãos que inventam paredes
dos que não deixam que se esqueçam
as janelas de luz ___
___ dos bairros nascem os seus arquitectos.
Eles têm os dedos na pedra
(...)
Eles sonham
para além da terra
e do homem que habita.
Eles passam do sonho
ao pesadelo
por imposição
do Plano Director Municipal
Bom arranjo do texto mais conforme com a realidade.
EliminarObrigado.
Bom, não sei que dizer. A foto é fantástica, olha-se para aquele rio que mais parece um manto de seda azul, toda aquela beleza de um dia que já terminou mas se recusa a dar lugar à noite e sente-se a paz e o sonho no ar.
ResponderEliminarO poema fala exatamente do sonho dos arquitetos e da obra que deles nasce. "As casas da nossa solidão _______ obscura sem o saberem"
Tenho para mim que eles não sabem, porque nos sonhos não há solidão. A solidão é um pesadelo.
abraço, saúde e bom fim de semana
Fico muito contente por a Elvira ter gostado e pelas palavras que dedicou à minha publicação de hoje.
EliminarUm bom fim de semana, um abraço.
As cidades são o que queremos fazer delas
ResponderEliminarO que alguns querem e outros não.
EliminarAh, as cidades, sempre tão belas e tão distantes...
ResponderEliminarCresci numa espécie de limbo entre a cidade e o campo, não consigo sentir-me citadina nem camponesa. Serei, até ao fim, uma arquitecta de versos, não de edifícios...
São lindíssimos, poema e fotografia!
Forte abraço!
Talvez seja um equilíbrio essa dualidade entre a cidade e o campo, não se choca com qualquer das realidades. Eu, que sempre fui da cidade, quando me instalei numa zona maioritariamente rural, fiquei surpeendido e após quase três décadas ainda não me recompus.
EliminarObrigado, um abraço.
Que coincidência!!
ResponderEliminarOntem à noite, quando vi na TV alemã o novo Munch Museum, em Oslo, lembrei-me do seu filho Daniel e como gostaria de saber a opinião dele sobre um museu que é criticado por uns e louvado por outros. Qualquer dia dou lá um salto.
Hoje NÃO leio inquietação.
Leio sim, um amor paternal e uma grande admiração pelo filho que está longe.
NÃO há palavras para elogiar uma publicação tão ao meu gosto — desde a fotografia ao poema, sendo o título programa.
Ele lerá este seu comentário, veremos qual a sua opinião.
EliminarDetectou muito bem o fim deste texto. Não compreendi a expressão "título programa".
Um título absolutamente inspirador.
EliminarAPRECIO muito a arquitetura das cidades.
Ou mais precisamente: AMO arquitetura e AMO cidades grandes.
Compreendi. Obrigado.
EliminarOla'.
EliminarO museu Munch e' do atelier espanhol Estudio Herreros. Por acaso estive em Oslo quando o edifico estava ainda em construção. Acho que a sua escala faz sentido na zona em que esta', junto a' Opera de Oslo, outro edifico marcante. De resto qualquer obra desta escala esta' sempre sujeita a discussão publica e gerando por vezes alguma polemica. E’ uma obra dedicada a’ cultura, o que e’ (na minha opinião) sempre um bom investimento para qualquer cidade e para quem a visita.