Tudo vale a pena 


Escrevo sobre tudo o que é antigo 

ainda assim não consumo 

todo o meu passado que vou bebendo 

em goles perfumados mirando 

os peitos das mulheres que inventei

onde deixei flores enquanto dormiam. 


Digo de tudo o que é antigo 

sentado na cadeira mágica da infância 

nestas noites quase loucas de insónia 

     que tudo vale a pena 

assim me leve à gloriosa morte 

de outra vida onde vou caminhar 

de mãos nos bolsos divagando.



 

14 comentários:

  1. RÉPLICA

    Digo de tudo o que é antigo
    sentado na cadeira mágica da infância
    nestas noites de tranquilidade plena
    que tudo vale a pena

    Tudo, excepto divagar passeando
    de mãos nos bolsos
    Havendo tanto para fazer
    jamais me entregarei a tais ócios

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. “Só nas horas de ócio se fazem coisas excelentes”
      André Gide

      Como o POEMA || a fotografia do painel e o respectivo pinsel 🖌

      Eliminar
    2. Nas horas de ócio, caminhando, com ou sem as mãos nos bolsos é quando nos surgem ideias criativas. Pelo menos comigo é assim.

      Eliminar
  2. Nem tudo vale a pena.
    Mas vale a pena saber desfrutar de tudo

    ResponderEliminar
  3. Há horas em que tudo vale a pena...divagar, sonhar, rir, amar...
    Outras... só queremos esquecer...
    Interessante...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo, embora esquecer não seja uma possibilidade que dominamos, só o tempo resolve.
      Saúde, um abraço também.

      Eliminar
  4. Já o 'outro' poeta dizia que tudo vale a pena quando a alma não é pequena...

    Escreva, sim, escreva sobre tudo o que sente e vive, sobre tudo o que viveu e sentiu, mas não queira consumir o passado já de si consumido pela passagem voraz do tempo.

    Isso dos "peitos" das mulheres inventadas - que remédio - é uma referência aos seios ou ao colo?
    Isso não me soou lá muito bem. Parece coisa de velho, muito velho... Este poeta costuma ser mais doce e suave no ilustrar com palavras, o seu pensamento lírico.
    Bem, antes que eu comece também a divagar, despeço-me por hoje.

    Um abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bom dia,
      achei piada às suas considerações sobre "os peitos das mulheres que inventei" o significado não carece de precisão e, podemos sempre estar a inventar qualquer que seja a nossa idade.
      Divague à vontade isso também é inventar.
      Um abraço.

      Eliminar
  5. Gostei imenso do fruto dos seus ócios, L.

    Dada a minha insustentável fragilidade física, chamo horas de trabalho àquilo a que chama horas de ócio e é graças a isso que ainda me sinto viva.

    Divague devagar, ou a galope, mas faça-o enquanto está por cá, L. :)

    Forte abraço!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Acabamos, afinal, por ter uma actividade idêntica qualquer que seja a designação.
      Divagarei mesmo que o resultado soe estranho, veja-se a publicação que farei às 0,01h.
      Um abraço também.

      Eliminar
  6. Há momentos para tudo se soubermos gerir o tempo.
    Momento para sonhar, para pensar e para divagar.
    Acho que é isso!
    Boa semana
    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O tempo consome-nos, nunca é suficiente.
      Vamos fazendo os possíveis.
      Um abraço.

      Eliminar