Foto do autor do texto
Antes
É inútil aprimorar a caligrafia
é inútil escrever com as vírgulas certas
guardo estes papéis no fundo da gaveta
nunca chegarão ao destino.
E as fotos aqui estão ainda
fiz delas um quebra-cabeças
quem com quem
onde e quando?
Tudo como na memória
em delírio ___
esquecido ___
e em retalhos
já que ficamos na dúvida
por que um dia dissemos certas coisas.
E como éramos bonitos
porque ficámos assim?
Queres que te diga?
ResponderEliminarNunca rasguei uma fotografia!
Algumas estão a mais, já não acrescentam nada.
EliminarSabe Luís? Não acredito que as fotos tenham sido rasgadas por si.
ResponderEliminarA única ideia que me ocorre, para justificar o choque que me provocou olhar essa destruição de retalhos de vida, é ter sido outra pessoa movida sabe-se lá porque raiva momentânea.
Adiante...
Achei o poema desolado e desolador, Luís. Porquê?
Até senti vontade de repetir consigo olhando para mim:
E como eu era bonita
porque fiquei assim?
É que me roubou o pensamento, tantas vezes pensado.
Um abraço, desolado!
Fui eu sim, que rasguei as fotos, já não tinham interesse, eram caras e lugares já desconhecidos.
EliminarAcho que todos nós, num momento ou noutro, pensamos nisso.
Não pode haver desolação, somos os mesmos, sendo outros.
Boa Noite, um abraço.
Interpreto o poema e fotografia desta noite como um acto de esvaziamento.
ResponderEliminarAbraço solidário, Luís!!
Obrigado.
EliminarBom dia. Beijinhos
ResponderEliminarBom dia.
EliminarUm abraço.
Ficámos assim porque falhámos em toda a linha
ResponderEliminarFalhar (com intervalos) é o nosso dia-a-dia.
EliminarEu não penso, que tenha falhado na minha vida, todavia, preciso desse tipo de esvaziamento!!
EliminarAcho que sim, por vezes é necessário.
EliminarBom dia Luís. Maravilhoso gesto o seu !!!! Acabei de ler nas notícias de hoje o seu contributo para o enriquecimento cultural dos trabalhadores. Muito obrigado. Um abraço.
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Cumpre-se a função última do acto criativo, a fruição da obra por todos que o desejarem.
EliminarObrigado pelo seu comentário.
Muito obrigado.
ResponderEliminarUm abraço
Gostei muito deste seu ANTES que entendo como uma continuação do que o levou a transformar em puzzle as fotografias...
ResponderEliminarSeria tentador poder voltar à mobilidade - a minha beleza física do antes não me interessa muito, teve o seu tempo, cumpriu-se - mas resistiria. Não trocaria esta que sou por aquela que fui enquanto sufocava versos e esboços para me convencer de que era feliz... e "normal".
Forte abraço!
Nem tudo se perde com o decorrer do tempo, aliás, muito se ganha mas o tempo é o que é.
EliminarUm abraço.
O que fizemos de nós?
ResponderEliminarAssim sinto as suas palavras...
Sim, somos os maiores responsáveis.
EliminarParece um poema de quem está muito desanimado com o momento atual da sua vida, mas não me parece que seja a falta da beleza da juventude que mais lhe preocupa. Talvez essas fotos rasgadas signifiquem pessoas, nem lugares, mas os sonhos que ficaram pelo caminho.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Tudo é matéria prima para a poesia.
EliminarSaúde, um abraço.
https://www.youtube.com/watch?v=f8TflIIfuhs
ResponderEliminarBem lembrado, obrigado.
EliminarPois... eu acho que só rasgaria fotos de um tempo que não guardo saudades, mas até que nunca as rasguei, porque não existem fotos.
ResponderEliminarPoema escrito com um certo desalento, um desencanto que atormenta.
Como eramos bonitos nessa altura?!
E eu nem sabia?
será que soa melhor... acho que não! :(
deixo o meu abraço apertado (virtual) até isso o tempo nos roubou :(
;)
As fotos, ou o que resta delas, já seguiram o seu destino, depois a memória elimina.
EliminarObrigado.
Um abraço também.
Entendo bem as suas palavras!
ResponderEliminarBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Saúdo este seu primeiro comentário e a identificação com a publicação de hoje.
EliminarObrigado, um abraço.
ResponderEliminarAntes...Agora há um certo desencanto e desapego?
Compreendo bem, sou bem velhinha; necessito e vou tentando cada vez mais, "destralhar-me" por dentro. Também já rasguei fotografias que não me diziam nada...
Abraço amigo.
Desfazermo-nos da carga, do excedente, por vezes é preciso.
EliminarObrigado. Um abraço.
Às vezes é isso que fazemos. Libertamo-nos de "coisas" que perderam o significado para nós !(?)
ResponderEliminarJá fiz o mesmo e não sei me arrependi de rasgar fotos de papel e escritos. Fica sempre algum vazio !
Só destruímos o passado depois de um tempo longo de reflexão, tudo o que é impetuoso pode ser um erro.
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