Foto do autor do texto sobre tela de autor desconhecido


 
 
 
 
 
 
Consegui várias coisas

Consegui encontrar os 

sapatos molhados que um dia 

deixei à tua porta. 

Consegui recuperar o  

dermatóglifo do meu 

apreciado dedo másculo. 

Consegui convencer-me de que 

a solidão também é uma forma 

de nos sentirmos vivos. 

Consegui lembrar-me que já fui 

o dia da tua noite 

os teus passos  

a tua chuva 

e que tu

foste o meu passado. 


Afinal o que aprendi? 


Consegui perceber que 

os bons alunos se tornam insolentes

com os seus mestres. 

Consegui vencer o dia de hoje 

e fazer das nossas palavras um museu.



 

23 comentários:

  1. Vivendo e aprendendo
    Dermatoglifo, nao conhecia
    🙂

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  2. Conseguir
    é um verbo
    que muito estimo

    Eu, quando persisto
    consigo

    Acho que o mesmo se passa contigo!

    e conseguir perceber que
    os bons alunos se tornam insolentes
    é, foi, e continua a ser um bom objectivo

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    1. É preciso não desistir, caso contrário não aprendemos com a experiência.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Tive que eliminar o comentário anterior pois ia enveredar por um caminho de que me arrependi e não apaguei o rasto.
    Lá está, não há crimes perfeitos....
    ----------------
    Reconstituindo
    Dizia eu, entre outras coisas:
    Que bom, ter conseguido perceber tanta coisa em tão pouco tempo.
    Já eu, só consigo perceber que cada dia percebo menos.
    Como exemplo digo-lhe que, por mais que leia e releia estas suas conquistas, ainda não consegui perceber que raio de qualidades especiais existem nesse seu dedo másculo a ponto de o considerar tão apreciado e, pior, fazer questão de ter consigo o relatório do seu potencial genético...Ora, tenha dó...presunção e água-benta...

    Um abraço.

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    1. A Janita, com esse seu espírito irrequieto e contestatário, faz interpretações irredutíveis do que lê não considerando a possibilidade de alternativas à sua compreensão do texto. Assim, ignorando tudo sobre o texto, centrou-se no pormenor do dedo que citei (que não precisei qual é) vislumbrando nessa citação algo de pretensioso, gostaria de saber qual foi o indício que a levou a isso. Considere por exemplo que, o apreciador desse dedo sou eu próprio e que o uso para pintar ou para escrever, e que "recuperei" a sua habilidade.
      Como vê, não se justifica essa sua crítica tão negativa. Mas, sou compreensivo, há dias em que as manhãs são frias e as noites antes da manhã, também.

      Um abraço.

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    2. Acho que o meu 'espírito' nunca foi, parcialmente, tão bem definido como agora o Luís o fez.
      Sim! Para além de alguns predicados de um espírito abnegado como eu sei que tenho, fazem parte do meu temperamento esses que refere. Não me deixo ir na onda de boa-vontade só porque sim, porém, não contesto tudo pela negativa.
      O Luís sabe que isso não é verdade, assim como também o não é, eu fechar as possibilidade de alternativas à minha compreensão, seja deste texto ou de outro qualquer.
      Agora não aceito é essa explicação que dá sobre o seu "dedo másculo tão apreciado"...por si?
      Ora, ora, o melhor é levarmos isto para a ironia e deixar que a recuperação do «dermatóglifo« caia no esquecimento...🤗

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    3. Cara Janita, imagine que cada texto de ficção (porque a poesia também tem a sua dose) que se nos desse à leitura, o analisássemos do ponto de vista pessoal em confronto com o autor,isso era a tentativa de arrumar tudo segundo os nossos critérios. Alguém disse "o poeta é um fingidor..."

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  5. Conseguiu muito mais do que eu, L. ; aquando da renovação do meu cartão de cidadão, fui informada de que tinha perdido os dermatóglifos dos meus pequenos e finos polegares...

    Do poema, gostei muito. À tela, não a consegui ver com a definição que desejaria, mas gostei da mancha de cor e das duas esbatidas figurinhas, uma de cada sexo, uma vestida, outra seminua... Curioso, o homem tem um chapéu sobre a cabeça e uma capa (dourada?) sobre os ombros...

    Forte abraço!

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    1. Afinal viu a pintura com todos os seus pormenores, bateu tudo certo.

      Saúde, um abraço.

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  6. Há sempre um dedo másculo || feminino que nos indica o caminho para um museu, onde contemplamos a obra de um pintor desconhecido e nos perdemos em recordações dos tempos felizes que vivemos com ela || com ele.

    Afinal aprendi muito com o poema desta noite — contra a minha vontade — interpretei as palavras do poeta de um ponto de vista muitíssimo pessoal.
    Fiquei em pulgas por saber o nome do autor da pintura da fotografia.
    O homem de chapéu e capa dourada está quase nu como o Cristo na cruz ❌

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    1. Curiosa a sua interpretação, como são variadas as possibilidades, muito de acordo com as experiências e as expectativas pessoais.
      Não consegui determinar a autoria do painel, incúria minha confesso, ou talvez não, talvez não houvesse indicação do autor.

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    2. Não havia indicação do autor no painel, mas a foto foi obtida no interior do Mosteiro de San Cugat, perto de Barcelona. Como se pode verificar AQUI .

      Em resposta à sua afirmação ali em cima, saiba que discordo totalmente.
      Não me quis confrontar com o autor, nem isso teria cabimento, apenas manifestei a minha opinião acerca das palavras em publicação. O autor é que quis confrontar-se com as palavras da leitora. Isso é distorcer os factos.


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    3. Agradeço a informação, Janita 👍 que saciou a minha curiosidade.
      Tenho interesse em conhecer Barcelona e dar um pulo até ao mosteiro.

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    4. Nada a agradecer, Teresa.
      Foi justamente a pensar em ti que andei a procurar. :)

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    5. Janita
      Grande investigação, só me compete agradecer o tempo que dedica às minhas publicações.
      Um abraço.

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  7. Al final, si te has encontrado a tí misma ...ya has logrado bastante.

    Besos

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  8. Que bonito isto?!
    Um poema que dá gosto ler, pela sua mensagem, escrita com sabedoria.
    Mais alegre dos que tenho lido.
    Gostei bastante e também da foto.
    Beijinho
    :)

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