Imagem em Pinterest, Maria José
Não chorei
Há muitos anos
quando eu era um menino
tudo era verdade para mim.
Foi o tempo em que
descobri a minha sombra
e me escondia dela
entre os inúmeros tufos
de malmequeres do meu quintal.
Nesse tempo a beleza
estava em tudo
a riqueza era o meu triciclo
o dia tinha mais horas
e a noite era quente
com o gato na minha cama.
Nesse tempo ainda não conhecia
as palavras
amanhã
sonho
liberdade
e morte
mesmo à vista
do meu pai prostrado
no chão da minha casa.
Nesse dia aprendi
as palavras
medo
e tristeza
mas fiz um esforço
e não chorei.
Pedaços de vida... Emocionaram-me até às lágrimas. Os malmequeres foram o sol de um Poema muito sentido e de uma beleza pura.
ResponderEliminarUm abraço amigo.
Muito obrigado pelas suas palavras, ter-lhe provocado emoção é um elogio que faz ao meu escrito.
EliminarBoa Noite.
Um abraço.
Abraço-o!
ResponderEliminarNa justificação de alguns porquês...
Recebo o seu abraço mesmo desconhecendo os porquês. Agradeço.
EliminarAs palavras aprendem se a cada momento da vida
ResponderEliminarE ficará muito por aprender.
EliminarConsultada a flor, pétala a pétala, à medida que me aproximava do botão amarelinho, meu coração ia ficando mais pequenino. No fim deu: "Tudo" muito perto do "Nada". Fiquei feliz. Chorei... de alegria
ResponderEliminarCalhou-te o malmequer certo. Felizes aqueles a quem calha o malmequer certo.
EliminarQuando uma criança vê o pai prostrado no chão fica traumatizada para toda a vida.
ResponderEliminarCerto, sempre temendo novo acontecimento fatal.
EliminarEmocionou-me. E muito, apesar de eu estar consciente de que o poema pode não ser auto-biográfico.
ResponderEliminarUm forte abraço, L.
No momento chocante, foi real.
EliminarSaúde, um abraço.
Pode realmente não ser auto-biográfico, Maria João, mas ontem à noite, lembrei-me dos actos políticos de violência contra os comunistas no tempo da “velha senhora“ e fiquei tão impressionada que não consegui comentar — e as belas flores não me ajudaram absolutamente nada.
EliminarNa nossa vida assistimos a momentos trágicos que de vez em quando afloram na nossa memória.
EliminarHoje já não há a violência de Estado de outros tempos mas continua a haver violência, por outros meios, contra as camadas do povo mais desprotegidas.
É bem verdade! Certos tipos de violência parecem até ter requintado com os anos...
Eliminar👍
EliminarAguantar las lágrimas, em medio de tanta desgracia...es bastante dificíl.
ResponderEliminarBesos
La vida nos pone a prueba. Un abrazo.
EliminarNão choramos exteriormente, mas afogamo-nos em lágrimas....
ResponderEliminarAbraço
Uma coisa de nós para nós.
EliminarUm abraço.
Um texto de tristeza e de saudade, pelo menino que foi e nós conhecemos, impressiona e comove-me, mesmo sem que eu o queira.
ResponderEliminarMargaridas, as minhas flores preferidas.
Um abraço.
Registos da nossa memória, respeito a sua comoção.
EliminarUm abraço.
memórias que ficam.
ResponderEliminareu chorei e bem, depois fiquei sem chorar mais de 20 anos.
tanto tempo e as memórias ficam para todo o sempre.
saúde e paz.
um beijo
:)
As memórias formam-nos para o bem e para o mal.
EliminarSaúde também para si, um abraço.
Boa tarde
ResponderEliminarAqui estou eu depois de ler muita coisa deste espaço e ficou-me gravado/cravado no meu coração porque ao contrário de ti...chorei muito sem que ninguém visse e tive que tratar sozinha de tudo.
Este teu espaço é magnífico e já te adicionei ao meu. Caso não queiras diz que eu retiro.
Já agora um pedido, agradeço que me trates/tratem por "tu!:)))
Beijocas e uma boa tarde
O que deixaste aqui escrito é um elogio para mim, as coisas que escrevo têm o objectivo de tocar a sensibilidade de quem me lê. Obrigado.
EliminarUm abraço.