Vincente Van Gogh
O que significa estar vivo
Lentamente escrevo
sobre o que significa viver
e surge aquela
pequena figura branca
uma roupa sem gente
um vestido vazio
a preto e branco
com um nome
que não sou capaz de dizer
para que isso não faça rolar
as enormes pedras
encosta abaixo.
Cubro de tinta branca
todos os meus desgostos
e medito sobre
o que significa viver
e calo em mim a revolta
contra os homens deuses
que decidem
que os nossos dias acabaram.
Lentamente escrevo
plantem-me num campo de papoilas.
Eu não me revolto
ResponderEliminarEu luto
e sei que os homens-deuses
me temem...
Talvez seja um bom tema revelar essa fortaleza.
EliminarViver significa não nos arrependernos do que fazemos
ResponderEliminarSerá difícil como seres pensantes se formos honestos connosco próprios.
EliminarA impotência de podermos fazer alguma coisa num cenário de guerra é tal que nos tornamos opacos e os que ficam como reféns numa de trofeus de quem comanda e que sobre eles fazem e cometem o impensável.
ResponderEliminarAo ver a tela que gosto muito porque a percebo, encosto-me a ela e faço minhas as tuas palavras:
" e calo em mim a revolta
contra os homens deuses
que decidem
que os nossos dias acabaram"
Comovi-me bastante e a cachoeira dos meus olhos não para...vou dar uma volta ao quarteirão para apanhar ar nas trombas:))
Um muito obrigado com o desejo de um bom domingo extensível aos teus.
Sensibilizou-me muito o seu comentário. É imprescindível para nossa defesa que saibamos analisar o que se passa no mundo. Tomo a sua emoção, em presença da publicação de hoje, como um elogio e um estímulo. Nem tudo está perdido.
EliminarBom domingo, um abraço.
Não quero que os homens-deuses me temam, mas exijo que me respeitem. :)
ResponderEliminarGostei tanto, tanto do seu poema e da imagem da tela de V. Van Gogh, L.!
Os dias de todos os homens não chegaram ao fim, mas se pudesse escolher um local para derramarem as cinzas que de mim sobrarem, hesitaria entre um campo de cravos vermelhos e um de papoilas...
Forte abraço, L.!
Por cada um que cai outro se levanta, digo isto em relação ao povo de um e de outro lado ao serem utilizados numa guerra entre irmãos.
EliminarFicaremos, ao certo, num lugar de paz.
Um abraço.
Poema tão belo como a pintura do holandês.
ResponderEliminarEu quero sobreviver e prescindo dos campos de papoilas — excepto na ARTE 🖼
Todos queremos sobreviver à loucura de certos homens poderosos.
EliminarEsta tela cheia de luz e cor, contrasta com a tristeza das palavras do Poeta que tão bem pintou a sua amargura em tons de negro e branco. Já eu, quando a revolta toma conta de mim, não por mim que já vivi muito, mas pelas promessas do amanhã, que homens travestidos de deuses querem cortar o futuro, não a consigo calar. Deixo que me atropele a voz, mesmo que fale sobre o que não sei, mas sinto.
ResponderEliminarUm abraço e que seja feita a sua vontade.
(Já escolheu o campo de papoilas? No Alentejo há muitos)
A indignação é o direito que temos, tenhamos consciência de que nos encontramos no meio das lutas de quem as promove e alimenta pela conquista de espaço para os seus interesses que, afinal, pouco têm a ver com os interesses do povo.
EliminarAinda não escolhi o campo, mas vou tomar precauções para não acabar no contentor.
Um abraço.
Belo poema e atela de Vicente Van Gogh é linda.
ResponderEliminarBom fim de semana
Muito obrigado pelo seu comentário.
EliminarIgualmente, um abraço.
Gosto muito da tela. Desde menina sempre gostei de papoilas e sem nem saber porquê sempre as associei à liberdade. Emocionou-me o poema.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana
As papoilas são selvagens e de uma grande beleza.
EliminarSaúde, um abraço.