Foto de Ana Duarte




 

 
Haja ordem! 


A minha boca é um lugar 

de regular conflito

os meus dentes 

dão caça à minha língua 

sobretudo durante a noite 

quando está adormecida  

___ de manhã vêem-se os danos

as marcas das agressões. 

Suspeito que o que move 

estes selvagens dentes

é a revolta por terem perdido 

alguns dos seus companheiros

e não aceitarem os novos 

por serem mortos sem família. 

Já os avisei

um dia destes expulso-os a todos

e depois os que vierem

dormem dentro de um copo de água. 

Primeiro está a minha língua!



 

11 comentários:

  1. Olha amigo dei uma enorme gargalhada com este teu poema. Há a guerra dos tronos (a foto que não gostei) e aplicas o remédio da expulsão para um copo de água:)))
    Ainda não percebi a ideia de quem usa uma placa não dorme com ela!
    Gostei deste momento:)))
    Beijos e um bom sábado

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    1. De vez em quando, um texto mais bem humorado... para desanuviar.
      Bom Dia, um abraço.

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  2. Língua adormecida, dentes trincadores
    sinais inequívocos de lombrigas ou tremores.

    Recomendo implantes, desses que dão bom dormir,
    repousa a língua, descansa o dono, tudo volta a sorrir.

    Próteses há muitas; são como os chapéus,
    língua...em cada boca só há uma,
    dar com ela nos dentes pode impedir-nos
    de provar bons pitéus. 😂

    Gostei do poema bem-humorado.

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    1. O seu comentário também é um poema na mesma linha da publicação de hoje.
      Muito Obrigado, um abraço.

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  3. Perfeito! :)

    Cuidado, L. : há infelizes que não conseguem falar, nem alimentar-se, quando têm a boca atafulhada de sucedâneos de dentes. ..

    Forte abraço!

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    1. Dentes a mais será um fenómeno mas talvez haja quem os tenha, talvez os que vivem no fausto com vários frigoríficos, arcas e cofres cheios.
      Um abraço

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    2. Ter a "boca atafulhada de sucedâneos de dentes ", que dificultam o falar e o comer, não significa ter dentes a mais, logo, não se trata de nenhum fenómeno.
      Trata-se, simplesmente, desses tais que o autor planeia dormida dentro de um copo de água.
      É o que eu digo:
      Este poeta está
      sempre distraído.

      Nota: Não sou a autora do comentário que originou este reparo. Sou aquela metediça que não sabe estar calada.

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    3. Poder-se-ia dizer, nesta circunstância, "veja lá não lhe caia um dentinho!"

      Que nunca "a voz lhe doa" quando é para comentários bem humorados.

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  4. A ameaça do poeta originou que os dentes a tremer de medo já pediram refúgio na Embaixada Alemã em Portugal.
    Afundamos em refugiados, mas dentes portugueses não recusamos.
    Há anos vi numa exposição em Colónia um sofá vermelho em forma de boca.
    Quanto ao objecto em forma de nariz não sei, qual seja a sua utilidade.

    Saudações de Düsseldorf.

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    1. A publicação de hoje originou comentários muito engraçados, o seu é um deles.
      Um nariz grande e alerta, pode ser útil.

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