Foto de Bartolomeu Rodrigues






 
Equilibro-me nas palavras 


Faço poemas como um funâmbulo

caminho sobre as palavras

estreitas

incertas

móveis 

 

As coisas

entre pensá-las e escrevê-las

são como os passos

sobre a corda onde caminho

sem a certeza de chegar

É estreito o fio que conduz

ao outro lado do pensamento

___ o que ficou escrito

será infalível

e poderá não haver equilíbrio

sobre as palavras

Se chegar ao outro lado 

da corda bamba

será um momento 

de tanto contentamento 

como aquele em que o meu pai

me ofereceu

a minha primeira bicicleta.




23 comentários:

  1. Anda muita gente por aí em cordas bambas, saltitando de lado para lado consoante as conveniências de momento. Não é o seu caso. O poeta saltita numa corda bamba de palavras e a poesia acontece. Gostei.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

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    1. Estou de acordo consigo, andar na corda bamba é um risco de queda.
      Saúde, um abraço.

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  2. Gostei deste teu equilibrismo de palavras poéticas.
    A foto e como adoro bicicletas (e motos) lembrei-me da que tinha repartida por 5 filhos + 2 emprestados:) e que andávamos obedecendo a uma escala feita pelo meu pai para não haver guerras. Ainda hoje rio pelo que fazia para ludibriar os meus irmãos e assim andar ainda mais:))))
    Beijocas e um bom dia

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  3. Também me agradou muito esta sua experiência de funambulismo, L.

    Forte abraço!

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  4. Estamos afinados rs também falo hoje no equilíbrio
    e na corda bamba da voz de poetas.
    ( aqui no, http://lis-simplesmentelis.blogspot.com/)
    Vivemos quase sempre por aqui equilibrando-nos ... rs
    Abraços L

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  5. Una lirica davvero bella e originale. Complimenti e buona giornata.

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  6. O POETA equilibra-se muitíssimo bem nas palavras … na bicicleta já duvido.
    Lindíssima fotografia que me leva a Lisboa.

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    1. Na bicicleta também, de onde lhe vem a dúvida? A imagem é Lisboa, sim.

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  7. Tão bonita esta forma que o Autor encontrou para definir o método de chegar ao final de cada poema.
    Tão bela, também, este descrever de como é instável a forma de agarrar esse fio condutor da ideia, e do seu percurso, até ganhar forma de poema escrito no papel. Um verdadeiro trabalho de funanbulismo, sim senhor!
    Imagino o seu contentamento! E acredito plenamente na comparação que faz, com o júbilo da criança que recebeu a prenda tão desejada.
    Dúvidas eu tivesse de que aqui mora um Poeta...ter-se-iam dissipado. E equilibrista, que é coisa para muito poucos.

    Parabéns, e um forte Abraço de muito apreço. :)

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    1. Encontrei o estabelecimento e o local exacto onde o Bartolomeu estacionou a sua bike.
      Foi comprar pão fresquinho ou será melhoe dizer: quentinho?
      Se eu conseguir, aida lhe trago o link directo. :)

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    2. Vamos lá ver se clicando AQUI vamos dar à centenária Padaria S. Roque.
      Eu própria só vendo acredito. :))

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    3. Yuuuupiiiiiiiii...tal e qual!
      E esta, Bartolomeu? Eheheheheh

      Janita

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    4. Hoje a minha publicação agradou em pleno à minha exigente leitora. E mais, o texto de hoje classificou-me bem definitivamente (no seu entender) registo.
      Quanto à foto, a sua aptidão para investigadora confirmar-se. Que tal desenvolver a actividade de detective privada?
      Muito Obrigado, um abraço.

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  8. Boa tarde!

    Funâmbulo palavra que nunca usei, mas,acho que todos andamos assim, na corda bamba.
    É curioso o fio condutor do poema e fez-me concordar que é mesmo assim.
    Ao finalizar o poema, eu também me sinto em certo desequilíbrio com as palavras, por isso tento não o ler mais, pois estarei sempre a mudar o seu conteúdo.
    Gostei bastante.
    E a foto, ficou aqui muito bem enquadrada.
    Bom final de semana com saúde.
    :)

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    1. É um gosto quando agradamos a leitores que são praticantes e conhecedores da actividade, é o seu caso.
      Muito Obrigado, um abraço.

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  9. Todos algunas veces no hemos sentido caminando por la cuerda floja, pero no hemos sentido al instante seguro, cuando una mano amiga , nos ha cogido de su mano.

    Besos

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