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Em cada Novembro 


Quando cai a noite 

em cada Novembro inesperado 

do meu calendário 

consigo ouvir no cais perto da minha casa 

a boca de um barco num lamento grave 

ou num apelo a quem ordena 

os dias e as noites 

ou talvez ao comandante daquela fracção

de vida flutuante pedindo para 

parar o tempo já que a noite 

é a pior ocasião para despedidas 

ou separações 

como se cada aceno fosse 

o correr de cortinas vermelhas ___

___ escuras sobre o desejo de regressar 

ou sobre a fidelidade dos que ficam 

De nada vale aos que dizem 

     é Novembro 

como se fosse um impedimento para a partida 

como se Novembro fosse um pé metido 

na porta de um amor que se encerra 

como se Novembro fosse 

uma luz que se desfaz vencida

pela noite de onde não se volta nunca mais 


Quando cai o escuro 

em cada Novembro inesperado 

do meu calendário 

faço a mala e parto para te procurar 

até ao fim do mundo.




 

12 comentários:

  1. Bella poesia, molto profonda! Complimenti!

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  2. A fotografia é lindíssima, mas não ofusca o maravilhoso poema que tanto me encanta com a sua neblina de novembro.

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  3. Novembro foi o mês em que nasci... eu e milhões de outras pessoas, mundo afora.

    Belíssimo, este Em Cada Novembro, L., ainda que coberto de neblina(s)

    Forte abraço!

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  4. Muito belo o poema. Felizmente até hoje, nunca me partiu alguém querido em Novembro e este foi o mês em que meus pais consagraram o seu amor, num longínquo 1946. A foto, uma folha solitária junto da marca da outra que partiu, fala de solidão.
    Abraço, saúde e um bom mês de Dezembro

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    Respostas
    1. Gostei muito da interpretação que deu à foto.
      Mais um Novembro já se foi.
      Um abraço.

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  5. Novembro já acabou tem de partir para o Dezembro e esperar dias melhores :)
    Adorei o poema!

    Beijo. Boa noite!

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  6. VENTANA DE FOTO deixou um novo comentário na mensagem "":

    Ya ha terminado noviembre, pero siempre nos quedan los recuerdos que se produjeron en dicho mes.
    Besos.

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