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Poema
Fiz ontem um poema da minha vida
entendendo a minha vida
até hoje vivida a palmo ___
___ para amanhã não sei se terei
mãos obedientes e lúcidas
nesse poema da minha vida
se encontra a matéria da dor
o tempo do corpo
o tropeço no disfarce
e a mãe cega que vi
em todas as mulheres
a quem pedia para me enlaçarem
pela cintura com as pernas
para eu não me ir embora
fui claro e limpo
na matéria que usei
no poema e na vida
baixo a cabeça numa posição estranha
estou apenas a pensar que
só morrerei quando tiver vontade.
Há uma certa ironia no final do poema.
ResponderEliminarAté a morte sorriu.
A vida do poeta, é uma vida de luta.
A resistência é contra o governo português e a terrível VIZINHANÇA.
Estou apenas a pensar que
tanta luta também cansa.
Quando a vida é de luta desde que temos consciência disso, ganha-se treino.
Eliminar„Hoje não consegui estar onde tanto queria. Meu corpo não deixou“
EliminarEscreve o nosso querido amigo Rogério e, ele também tem consciência e muitíssimo treino.
Com a vizinhança vive em absoluta harmonia.
O treino não é apenas físico.
EliminarFalo simplesmente do cansaço físico e não do cansaço de Brecht …
EliminarO autor não está cansado fisicamente.
Eliminar"Poema" que me emocionou.
ResponderEliminarUm abraço
Olinda
O seu comentário é um elogio.
EliminarMuito Obrigado.
Um abraço.
Complicado e a última frase bateu fundo embora a decisão seja apenas tua. Não gostei nada sinceramente embora sei muito bem o poeta "finge"!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Quem cria tem de inventar para que não se esgote.
EliminarUm abraço.
Hoje escreveu outro poema da sua vida, L., este mais reflexivo, a condizer com a posição da sua cabeça.
ResponderEliminarDevo avisá-lo que nem os suicidas morrem quando querem: morrem quando o desespero lhes torna a morte menos desapetecível do que a vida.
O corrector ortográfico é avesso aos neologismos, mas eu mantenho o "desapetecível".
Forte abraço!
Tem toda a razão, o nosso poder é limitado mesmo sobre nós próprios. Apreciei a palavra nova que criou.
EliminarUm abraço.
Não sei... ou melhor
Eliminarnão tenho a certeza
que mesmo que te enlaçassem
não partirias na mesa
(acredites ou não
essa sombra sou eu,
nessa posição)
na mesma
Eliminar(considera a emenda)
Partir tem sido o meu desígnio.
EliminarAs sombras, por vezes, não são identificáveis.