Na recepção da terra
Falo do silêncio
da marcha paralela à ternura
de um riacho crepitando
e do aroma da terra
lavrada para a semeadura
das palavras ___ as fecundas
sem sangue
falo da vista cansada
em exercício de descontração
sobre a mancha verde da serra
a humidade das lágrimas
é o que o chão pede
para o início dos poemas
sem sangue
as pedras imóveis colorindo o silêncio
recebem o verde do musgo apaziguador
pedras milenares mas
sem tempo conhecido
porque modestas na paisagem
cheguei
sento-me com um copo de vinho
em frente
sobre uma mesa fria de mármore
uma aristocrática pedra
e falo do silêncio ___ do silêncio
e da vista cansada ___ cansada
fico imóvel como uma pedra
só o coração se diz novo
o corpo pede o direito ao
quinhão de musgo na festa
da recepção que a terra lhe fará
abro o livro na página marcada
e por aqui me fico
até as flores se sentarem à minha mesa.
Que as flores não tardem
ResponderEliminarE se vermelhas
que sejam cravos
Assim espero... vermelho vivo.
EliminarQue esta onda negativa passe rápido e que tenhamos paz bem florida de preferência encarnada a minha cor preferida!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
As ondas nem sempre correspondem ao estado dos mares dos autores. Os poemas nascem sem se saber de onde.
EliminarBom Dia.
Um abraço.
En un paraje tan idílico, firmaría yo, para descansar siquiera unos cuantos de días.
ResponderEliminarUn abrazo.
Estoy de acuerdo, es un lugar donde la naturaleza nos calma.
EliminarUn abrazo.
Este poema tem mais esperança ou só sou eu a ler:) Fixei-me no coração novo e nas flores que se sentam à mesa...apesar da vista cansada...é tão bonito.
ResponderEliminarÉ interessante como as interpretações dos leitores podem ser tão diferentes. Esse é um dos encantos da poesia.
EliminarUm abraço.
O ultimo elogio antes da partida.
ResponderEliminarA esperança está presente, embora subtilmente.
Um dos seus melhores poemas, poeta.
A fotografia outra MARAVILHA do primogénito.
Partimos... sem sair do mesmo lugar.
EliminarObrigado
Boa noite Luís,
ResponderEliminarUm poema maravilhoso em que o Poeta, procurou a natureza, talvez para descansar, para relaxar a visão e reencontrar-se com a Poesia.
A terra faz-nos sempre uma recepção, basta que nela repousemos os nossos desencantos ou fiquemos simplesmente a admirá-la.
B
Só queria acrescentar, beijinhos,mas o comentário escapou-se-me.
ResponderEliminarSimpático o seu comentário. A natureza espera-nos.
EliminarUm abraço.
a natureza tem o condão de por breves momentos, apaziguar a nossa alma.
ResponderEliminarum poema triste, com uma foto muito bela.
bom final de semana.
A natureza é o lugar de onde viemos e onde voltaremos.
EliminarBom fim de semana.
Um abraço.
Boa tarde Caro Poeta/Pintor e Fotógrafo
ResponderEliminarUm poema que nos fala de uma solidão dolorosa.
Quando assim é, temos de procurar algo que nos amenize a alma.
Olhar a natureza é uma boa terapia.
Bom trabalho poético.
Boa semana ou o que resta dela.
:)
A natureza nunca nos deixa sozinhos.
EliminarBom fim de semana.
Um abraço.