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A minha imolação 

Coloco-te a um canto da imagem
e deixo à esquerda o mar 
e sobre ti o céu ___ 
___ o mais possível de céu 
depois vou para a alameda
dos que querem pisar o fogo

julguei que podia caminhar sobre brasas
à tua vista
e que os nossos domingos fossem 
a exaltação em que eu percorria 
o caminho do fogo
e tu festejavas a minha bravura

foi infeliz o retrato que fizeste de mim
porque te convenci que poderia
caminhar sobre o fogo
enquanto tu ao canto da imagem
com o mar à esquerda
e o mais possível de céu sobre ti
assistias à minha imolação
até ao último floco de cinza.


 


10 comentários:

  1. Às vezes, tropeçamos e ficamos destruídos... e nem sempre recuperamos...
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. Na vida todos temos, uns mais que outros, esse lado tétrico perante cenários dantescos e há que saber dar a volta o que muitos não fazem! Foi a minha emoção sentida perante o fogo da foto!
    Abraços e um bom dia

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  3. Difícil e doloroso este poema. Diria mesmo que está em carne viva.

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  4. El fuego lo devora todo y es muy destructivo.
    Un abrazo.

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  5. Boa tarde Luís,
    Andar sobre brasas, a imolação, não será demais para o ser humano que já tanto padece?
    Beijinhos,
    Emília

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    1. A um nível espiritual muitas vezes caminhamos sobre brasas.
      Um abraço.

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