Foto do autor do texto tomada do documentário NOSSO MUNDO


Calvário 
 
Ao que chamam calvário 
é uma montanha de vozes escuras
é a falta de branco na madrugada
é a sombra de uma cruz na nossa cama
é uma ausência e outra ausência à nossa mesa
é o sangue a queimar-nos
e as artérias a latejarem
são as notícias graves a atravessarem a nossa casa
são risos de criança numa espécie de eco
lá para o norte do mundo
 
ao que chamam calvário 
é a última semana do mês vivida num lugar imóvel. 





15 comentários:

  1. Teresa Palmira HOFFBAUER16 de outubro de 2024 às 00:37

    É difícil sobreviver num mundo em chamas.
    Pungente é tanto o poema como a fotografia.

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  2. É a dor...nas guerras, nas traições...
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. Bonita imagem da solidão de tantos, afinal são muitos ali dentro.

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  4. Sempre foi assim e volta e meia o mundo fica assustadoramente sombrio, perigoso e governado por loucos!
    A foto fez-me lembrar a minha terra vermelha.
    Beijos e um bom dia

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  5. Uma imagem que combina exactamente com o poema.
    Uma definição muito real do que é o calvário.
    Boa tarde.
    :)

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    1. Rogério Vidal Pereira16 de outubro de 2024 às 17:35

      Se é expressiva
      a fotografia
      o poema
      ainda lhe ganha

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    2. Cada um com o seu calvário.
      Um abraço.

      Um abraço também para o Rogério.

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  6. Cada uno podemos padecer un calvario, en algunos momentos de la vida.
    Un abrazo.

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    1. Todos tenemos una parte de nuestro viaje por el Calvario.
      Un abrazo.

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  7. Boa tarde Luís,
    Um poema que muito apreciei.
    Todos padecemos cada qual com os seus calvários.
    Infelizmente o mundo está cheio deles.
    Beijinhos,
    Emília

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