Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Tenho os pés molhadoshoje foi um dia em que choveu muitotenho frio na cabeçatem-me caído muito cabelotenho dores nas mãoshá uns tempos que tenho os dedos rígidostenho maus pensamentos à noitehá muito tempo que durmo sozinhoum homem feliztem os pés secostem um bonito penteadotem as mãos ágeise partilha o seu sono.
A mulher feliz descobriu o segredo da vida: pés secos para dançar, um penteado que faz inveja e mãos ágeis para preparar o melhor café da manhã! E quem precisa de um despertador quando se pode partilhar o sono?
ResponderEliminarA fotografia é linda de morrer.
Aí está a solução para um estado de felicidade mas não muito exuberante.
EliminarAprende-se a viver...e a encontrar outras formas de felicidade...apesar da chuva e das dores nas mãos...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Pequenos momentos de intervalo.
EliminarUm abraço.
ResponderEliminarUm poema com um tom melancólico e um contraste bem estruturado entre as duas estrofes. A primeira constrói uma imagem de decadência e solidão através de elementos físicos e sensações, enquanto a segunda apresenta uma visão simplificada da felicidade, como se esta fosse quase inatingível para o eu poético.
Para reflexão….
A felicidade é uma situação difícil de conquistar.
Eliminar...o penteado é ainda assim dispensável, até os carecas podem ser homens felizes(desculpe, mas eu gosto de brincar um bocadinho)
ResponderEliminarTambém acho, o cabelo a mais ou a menos é uma questão de moda, há quem opte por não ter nenhum.
EliminarA brincadeira é necessária.
Um abraço.
Mais um poema na primeira pessoa do singular...
ResponderEliminarUm homem feliz também tem as suas preocupações e dias de insónia... ninguém vive no paraíso...
A foto de uma lareira rural é muito interessante.
Ótimo fim de semana. Abraço
~~~~~
É verdade, a felicidade é momentânea e nunca total.
EliminarUm abraço.
Boa tarde, caro Amigo Poeta/Pintor
ResponderEliminarO poema apresenta uma construção binária bem marcada: a primeira estrofe descreve um estado de desconforto e sofrimento físico/emocional, enquanto a segunda contrapõe esse estado com uma visão simplificada do que seria a felicidade. O uso de frases directas e repetitivas cria um efeito de monotonia e cansaço, que reforça o tom melancólico do poema.
A repetição do verbo "ter" no início dos versos (“tenho” / “tem”) sugere uma enumeração de perdas e carências, como se o eu lírico estivesse contabilizando os efeitos do tempo sobre si. Isso cria um efeito de resignação, sem grandes explosões emocionais, mas com um peso subjacente forte.
A ausência de rima e a predominância de versos livres reforçam a sensação de espontaneidade e confissão, quase como se fosse um desabafo.
O ritmo é pausado e marcado por uma oralidade crua, sem floreios. A quebra das frases, aliada à repetição estrutural, dá ao poema um tom quase mecânico, como se o eu poético estivesse preso a um ciclo de sofrimento e repetição. Isso funciona bem para transmitir a monotonia da dor, mas também pode dar um tom demasiado prosaico.
O poema trabalha com imagens simples, mas eficazes. Os pés molhados, o cabelo caindo, as mãos rígidas e a solidão nocturna são metáforas para o desgaste do corpo e da alma. É um retracto do envelhecimento e da solidão, com uma carga de fragilidade e abandono.
A segunda estrofe, ao apresentar um “homem feliz”, funciona quase como uma ironia: a felicidade parece reduzida a condições físicas e sociais básicas. Essa simplicidade pode ser interpretada de duas formas:
Uma crítica ao modo como tendemos a definir a felicidade apenas por ausência de sofrimento.
Ou uma aceitação resignada de que a felicidade, é algo distante, quase impossível.
O facto de a segunda estrofe ser construída com frases curtas e objectivas reforça essa ideia de que a felicidade não precisa de explicações — enquanto a tristeza, na primeira estrofe, se arrasta em frases mais longas, detalhando os sintomas do sofrimento.
O impacto geral do poema vem justamente da sua simplicidade e do contraste entre as estrofes. Ele consegue transmitir melancolia sem exageros e tem um impacto emocional forte e funciona bem na sua simplicidade.
Destaque para a foto de suporte que é de uma beleza sem defeitos.
Bom fim-de-semana, com inspiração e saúde.
Abraço
:)
Como sempre uma análise que demonstra conhecimento literário. A felicidade é, de facto, um bem raro e as exigências para que se sinta a felicidade vão diminuindo com o avançar da idade. Tudo muito bem explicado no seu comentário.
EliminarMuito Obrigado. Bom fim de semana.
Um abraço.
Olá :)
ResponderEliminarNem sempre é fácil conseguir a felicidade
O seu poema é belo e melancólico.
E depois a chuva passa e o sol aquece e tudo fica mais fácil.
Bonita a imagem.
Abraço e brisas doces ***
La lluvia que por general es beneficiosa para la vida del hombre y de la naturaleza, ahora gracias al mal estado de ánimo lo convierte en un elemento negativo y provocador de toda clase de males.
ResponderEliminarFeliz fin de semana.