Foto do autor do texto tomada do canal Mezzo 




Não consigo calar o meu olhar
e receio exceder
o que me é permitido dizer 
quando um corpo se constrói 
iluminado como um holograma
é de desejo e protesto o meu olhar
contra a natureza que se insinua
mentindo nessa imagem ilusória 
que é intocável 
por ser apenas luz.




 

16 comentários:

  1. Relação entre o olhar, o desejo e a ilusão, destacando a natureza ilusória das aparências.
    O olhar, que não consegue se calar, representa o conflito interno, onde o desejo se choca com a realidade.
    A ideia de que a imagem é intocável por ser apenas luz ressalta a dificuldade de se apropriar do que é etéreo e passageiro.
    Assim, o poema provoca uma meditação sobre a percepção e a essência do que realmente vemos e sentimos, questionando a autenticidade das experiências num mundo repleto de ilusões.

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    1. Perfeito comentário. O desejo como apelo frustrado.
      Apreciei a sua completa interpretação.
      Obrigado.

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  2. Dessa impotência, me regozijo eu
    também incapaz de calar um gesto

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  3. Por vezes, o olhar pode enganar , pode iludir.... mas também nos abre a porta a grandes surpresas....
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. Nem eu consigo porque através do olhar digo tudo e disfarçar é um pesadelo!
    Gostei!
    Beijos e um bom dia

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  5. Os olhos espelho da alma...
    Através deles confessamos o que não conseguimos
    reter.
    Um abraço
    Olinda

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  6. Boa Tarde, Caro Poeta/Pintor e Fotógrafo
    O poema de hoje, trabalha um conflito entre o desejo e a impossibilidade, ancorado na imagem de um corpo que se constrói “iluminado como um holograma”. A escolha do holograma como metáfora é poderosa: sugere algo que se apresenta como real, mas que, no fundo, é intangível.
    A estrutura livre reforça o tom de confissão e contenção. O eu poético não consegue calar o olhar, mas teme ultrapassar os limites do que pode ser dito. Esse jogo entre ver e falar sugere um dilema interior, onde o desejo confronta uma realidade ilusória.
    A oposição entre desejo e protesto adiciona camadas ao poema: há fascínio, mas também revolta contra a “natureza que se insinua”, talvez indicando que a própria imagem holográfica desafia as leis naturais e, ao mesmo tempo, engana os sentidos.
    O final é forte, pois enfatiza a frustração do olhar que deseja tocar, mas encontra apenas luz. Há um subtil desdobramento filosófico aqui: a ideia de que a percepção nem sempre pode se converter em posse ou experiência concreta.
    Um poema em linguagem concisa e eficaz, sem excessos, que funcionou muito bem para este trabalho poético, assim como a foto com seu desfoque intencional.
    Continuação de boa semana.
    Um abracinho.
    :)

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    1. Reconheço que o seu comentário é perfeito, ponto por ponto, não deixa nada por dizer. O desejo como momento de frustração e impossibilidade permanente de realização.
      Muito Obrigado.
      Um abraço.

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  7. Hay muchas formas de mirar. Hay miradas ausente y miradas que sse hace a través del corazón.
    Feliz fin de semana.

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  8. Tanto!
    ( sem se exceder...)
    Muito obrigada.
    https://www.youtube.com/watch?v=ppA4PZkWJt0

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