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O artista surpreende-se 
com o ocasional que ele próprio produz
perante a sua obra 
volta a ser um feto
na barriga do mundo
em silêncio e no escuro
decifra o princípio da vida
sem tempo
sem nome
até que a obra seja
a sua própria pele
do seu próprio corpo. 


 


15 comentários:

  1. A ideia de o artista se surpreender com o que produz, voltando a um estado quase primal, como um embrião na barriga do mundo, é muito intima e poderosa. Essa jornada de silêncio, escuro e decifração do princípio da vida traz uma descoberta sobre a essência do ser e da criação, até que a obra se torne uma extensão do próprio corpo.

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    1. Muito interessante e correcta a sua análise. O acto criativo comanda a vontade do criador.
      Obrigado.

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  2. E existe, (re)inventa-se num caminho, por vezes, solitário, num reencontro com o Mundo e a alma....
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. O acto criativo é a zona onde o criador se refugia.
      Um abraço.

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  3. Continuamos a ser um feto na barriga do mundo sempre que morremos e de novo renascemos. Brilhante!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Nascemos, morremos e voltamos a nascer no acto criativo.
      Boa semana.
      Um abraço.

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  4. Um poema inteligente e bem escrito, na forma e no conteúdo.
    Os meus aplausos para excelência das suas palavras.
    Boa semana.
    Um abraço.

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    1. Caro Jaime, muito obrigado pelo simpático comentário.
      Boa semana.
      Um abraço.

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  5. Um excelente poema que gostei muito!
    Beijos e um bom dia!

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  6. Boa tarde Caro Poeta/Pintor
    Um poema que mergulha na origem íntima da criação artística, onde o artista renasce no silêncio da inspiração.
    Belíssima imagem do criador como feto — vulnerável, imerso no mistério, até que a obra o revista de si mesmo.
    Tocante e profundamente simbólico.
    Boa semana.
    Deixo um abraço.
    :)

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    1. O acto criativo como possibilidade de compreender o mundo e as pessoas. Como sempre o seu comentário é muito interessante.
      Obrigado
      Um abraço.

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  7. Trago os olhos secos de revolta, mas a minhas mãos em concha estão cheias de lágrimas... Não consigo encontrar palavras à altura deste seu poema, L., não consigo...

    Um abraço!

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    1. O seu comentário também me emocionou. Como isso é importante para este autor. Muito obrigado.
      Um abraço.

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