Farei longos poemas 

enquanto te penteias

e como me inspiras

quando soltas estrelas 

em cada gesto

digo-te

     o meu lugar é no outono

respondes

     irei contigo nos teus poemas

e partimos deslumbrados

com as estrelas e a poesia


ambos sabemos

que não voltaremos a encontrar-nos. 


 


16 comentários:

  1. Gostei muito do poema. É lírico, com ritmo suave e imagens poéticas que evocam intimidade e passagem do tempo. A alternância entre “tu” e “eu” cria um diálogo sutil entre quem escreve e quem é inspiração, culminando numa aceitação melancólica de que talvez o encontro definitivo não se repita. Os versos finais trazem uma sensação de destino e despedida que reforça a beleza transitória do outono 🍂

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  2. No fim, tudo é transitório....mesmo as palavras....
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. Também vou. Deslumbrada com as suas palavras e com o outono.
    Uma boa semana, meu Amigo Luís.
    Um beijo.

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  4. Também irei contigo mesmo às cegas mas apenas no Verão para me explicares este teu poema:)?
    Beijos e um bom dia

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    1. Não tem explicação é tudo do domínio do sensorial. Há momentos que valem por uma vida.
      Um abraço.

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  5. Todos passamos pelo outono, até que o inverno chegue, implacável.
    Boa semana.
    Um abraço.

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  6. vou... mas só no verão.
    o outono ainda não chegou em mim...

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  7. Boa tarde Caro Poeta/Pintor
    Este é um poema de delicadeza lírica e quietude meditativa.
    A cena inicial , alguém a pentear-se enquanto inspirou o Poeta para escrever.
    Cria um momento íntimo, quase doméstico, que se transforma em algo etéreo com a imagem das “estrelas” a serem libertadas a cada gesto. É um belíssimo contraste entre o quotidiano e o mágico.
    A resposta “o meu lugar é no outono” desloca a emoção para uma dimensão melancólica e temporal: o outono aqui é símbolo de maturidade, fim de ciclo, beleza crepuscular.
    Depois, “irei contigo nos teus poemas” sugere um encontro que existe mais na palavra e na imaginação do que na vida concreta.
    A viagem que se segue é poética e constelada, mas desde o princípio carregada da consciência da sua impossibilidade.
    O último verso sela isso com sobriedade e verdade:
    “ambos sabemos
    que não voltaremos a encontrar-nos.”
    É um adeus que já estava anunciado no olhar inicial.
    O poema capta lindamente esse instante luminoso-triste, em que duas almas se tocam por um momento e depois seguem, sabendo que foi único.
    Parece um fragmento de memória querida, com o toque melancólico do que foi belo e breve. O poema tem aquela sensibilidade Autor: ternura com rugas de tempo.
    Trabalho de grande talento de que gostei muito embora o tom melancólico.
    Boa semana com saúde.
    :)

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    1. O seu comentário é perfeito. Como sempre, fiquei encantado com tudo o que escreveu.
      Um abraço.

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  8. Muita saudade daqui .
    _encontro um lindo poema, estilo particular seu. Um céu inspirador .
    Estou retornando aos meus ... com abraços e encontrar-se pode ser uma causalidade., não ?
    beijo, L

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    1. A nossa vida está cheia de encontros e de desencontros.
      Um abraço.

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