Este poema dirige-se às cidades e aos amores com uma cadência de réplica afectiva: o eu que se entrega aos ritmos da cidade, tanto à noite quanto ao dia, e que também se reconhece no dentro de si, na intimidade que cabe na aldeia e no corpo do outro. Há um dueto temporal que confere à urbe uma dupla face, onde o segredo da noite pode abrir caminhos de desejo e a claridade do dia revela a transparência das emoções. A cidade não é apenas espaço exterior; é extensão do eu, um mapa que se reduz para caber num lugar de origem. tal como: a conjunção sugere comparação e aproximação entre o externo e o interno, entre o mundo que se vê e o mundo que se sente. A repetição enfatiza uma fidelidade afectiva que não se rende ao momento, mas permanece constante, seja sob o luar, seja sob o sol. O clímax do poema revela a fusão física e emocional, a intimidade que ultrapassa o espaço e transforma o corpo do outro num território meu. Em síntese, o poema equilibra uma devoção às cidades — tanto a cidade que se observa quanto a que se recebe — com uma ternura de vínculo que se faz corpo e casa. A linguagem é directa, quase minimalista, mas repleta de uma musicalidade suave pela repetição e pela progressão dos sujeitos: da cidade ao amor, do externo ao interno, do Eu ao Nós.
Excedi-me no meu comentário porque também eu amo as cidades que cabem dentro da aldeia do Düssel.
Maravilhoso comentário. Como sempre, leio várias vezes e admiro-me como é possível dizer tanto sobre tão curtas linhas de escrita. Isto também justifica a continuação do meu labor.
Este poema dirige-se às cidades e aos amores com uma cadência de réplica afectiva: o eu que se entrega aos ritmos da cidade, tanto à noite quanto ao dia, e que também se reconhece no dentro de si, na intimidade que cabe na aldeia e no corpo do outro. Há um dueto temporal que confere à urbe uma dupla face, onde o segredo da noite pode abrir caminhos de desejo e a claridade do dia revela a transparência das emoções. A cidade não é apenas espaço exterior; é extensão do eu, um mapa que se reduz para caber num lugar de origem. tal como: a conjunção sugere comparação e aproximação entre o externo e o interno, entre o mundo que se vê e o mundo que se sente. A repetição enfatiza uma fidelidade afectiva que não se rende ao momento, mas permanece constante, seja sob o luar, seja sob o sol. O clímax do poema revela a fusão física e emocional, a intimidade que ultrapassa o espaço e transforma o corpo do outro num território meu. Em síntese, o poema equilibra uma devoção às cidades — tanto a cidade que se observa quanto a que se recebe — com uma ternura de vínculo que se faz corpo e casa. A linguagem é directa, quase minimalista, mas repleta de uma musicalidade suave pela repetição e pela progressão dos sujeitos: da cidade ao amor, do externo ao interno, do Eu ao Nós.
ResponderEliminarExcedi-me no meu comentário porque também eu amo as cidades que cabem dentro da aldeia do Düssel.
Maravilhoso comentário. Como sempre, leio várias vezes e admiro-me como é possível dizer tanto sobre tão curtas linhas de escrita. Isto também justifica a continuação do meu labor.
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