Foto de Bartolomeu Rodrigues



 

Um olhar, uma palavra, uma arma


Surpreendo-me 

quando constroem palavras com números. 

Surpreendo-me 

quando os olhos derramam 

lentamente 

as suas lágrimas 

sobre um poema de números 

de fome. 

Como é animada a felicidade 

dos poetas do calculismo 

do numerário. 

Uma arma a cada homem 

para que se defendam

com o olhar e as palavras 

dos que fazem poemas com números.





26 comentários:

  1. As palavras são as pontes para fora da prisão do nosso ser

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  2. Podem escrever-se palavras com números... mas dificilmente se consegue fazer poesia cm elas/eles.
    As "armas" podem ser bastante diversificadas, a educação, a cultura, o voto...
    O pior é se "os outros" tinham razão!! :)))

    A foto é imponente!

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    1. Tentei decifrar o significado de "os outros" mas não consegui o que me impediu de compreender o comentário.
      Agradeço na mesma.
      Um abraço


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    2. Foi o que fiz mas não entendi a possível razão "dos outros".

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    3. Ora bolas... uma piada não pode ser explicada, porque a ter de a explicar perde a graça! 😆

      Mas eu explico:
      É que "os outros" são os que publicaram o "Livrinho Vermelho do Galo de Barcelos", de que o Ricardo Santos publicou excertos, e numa das páginas pode ler-se «O voto é a arma do Povo. Se votas... ficas sem arma»

      (^^)

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    4. Ah, eu já conhecia essa piada, mas como estava a falar a sério não prestei atenção. Desculpe.

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  3. “A Matemática pura é, à sua maneira, a poesia das ideias lógicas.” Albert Einstein

    Embora a fotografia seja imponente, NÃO ofusca o poema.

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    1. O poema com números a que me refiro é de outro tipo.
      Folgo que a imagem não entre em confronto com o texto.

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  4. Infelizmente já existem muitos homens que possuem armas mortíferas. O seu mau carácter para quem (mal) governam
    Poema de alerta que gostei de ler. Foto muito bonita.

    Cumprimentos

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  5. Só certos números mágicos dão poemas.
    Outros, são um susto, só podem dar poemas muito tristes (os números de Cabo Delgado, por exemplo).
    ~CC~

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    1. Concordo consigo no essencial. No texto tenho a pretensão de dar a entender outro tipo de poemas com números.
      Muito Obrigado por ter vindo.

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  6. Não me parece que seja de dígitos que nos fala, L., mas sim de dados. Dados estatísticos.

    Mas nem imagina o que acaba de acender em mim, L....

    Não estivesse eu tão "desmusada", tão "em baixo de forma" e a aguardar a senhora que me vem dar banho, provar-lhe-ia que se pode alcançar a poesia através da sonoridade dos dígitos.

    Guardo esta centelhazinha para dias melhores. Se os houver, para mim. :)

    Obrigada e desculpe-me este absurdo entusiasmo que nada se coaduna com a mensagem do seu poema.

    Forte abraço!

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    1. Avance com a sua ideia, "Das coisas nascem coisas" como disse o Bruno Munari. Não tenho nada a desculpar fico até bem satisfeito.
      Um abraço.

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  7. Boa tarde!

    EScrever poesia tendo unicamente como objectivo os números, numerário, vulgo dinheiro, money, carcanhol, escrevendo poesia a metro, vã e inútil, não é de quem tem a poesia na alma, de quem escreve por amor à poesia. Agora, se a par da escrita houver quem ganhe a vida «vendendo versos», creio ser tão legítimo como vender a sua Arte numa outra área qualquer, nomeadamente a pintura.

    A fotografia, tanto nos pode deslumbrar como assustar, tudo depende da forma como a encararmos.
    Olhando-a pelo lado tenebroso ou pelo lado belo da força da Mãe Natureza.
    Igualmente podem funcionar as intenções de quem 'empunha' a palavra usando-a como arma.
    Para defender ou para destruir...

    (No fundo, o que eu entendi de tudo o que li e vi, é que nesta vida há sempre as duas faces da mesma moeda.)

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    1. Os seus comentários sempre tão completos deixam-me sem saber o que dizer. Gosto que cada leitor faça a sua interpretação mesmo que antagónica à dos outros leitores e do autor.
      A foto é de um dia "pesado".
      Muito Obrigado.

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    2. Diz o autor, com alguma frequência, que fica compensado quando o que escreve sensibiliza os seus leitores, levando-os de alguma forma a reflectir, identificando-se com os seus textos, ou não, claro.

      Quando venho ler os seus escritos e os comento, também me sinto largamente compensada quando o autor me diz tê-lo deixado a reflectir. Encaro isso como um elogio, mesmo que o não seja, porque sempre faço a minha «própria» análise ao que o autor escreveu, mesmo que à priori ele entenda a minha forma de ver como antagónica à sua.
      Obrigada.


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    3. E o que digo é verdade, releio e tento entender uma outra visão recriada pela estimada leitora.
      Eu é que agradeço.

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  8. Há quem fale com números, escreva com números e só pense em números, infelizmente são esses que nos (des)governam e que mandam nisto tudo.
    A melhor arma para nos defendermos, é falar, escrever e sentir, palavras verdadeiras, os poemas.

    Olhando esse céu ameaçador, envio-lhe um abraço.

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    1. Estou de acordo com o seu comentário. O céu é de um dia difícil, sim.
      Um abraço também para si.

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  9. Palavras que deturpam números são mais «pesadas» que o céu da belíssima imagem.
    Beijo.

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  10. Por vezes as palavras são a arma
    principalmente a arma dis Poetas

    desejo muita saúde e paz para si

    beijo

    :)

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