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Poema do revoltado
Moro na rua das avantesmas
velhos e novos
mas mais velhos do que novos
velhos azedos que dizem
gostar de animais mas matam
os gatos que lhes pisam as alfaces
velhas de avental com uma ponta
metida na cintura e a língua
metida na vida dos vizinhos
velhos barbados às janelas a passear
os olhos pelos títulos do jornal
e pela frescura da vizinha
ocupada no estendal
os novos passam a falar alto
uns com os outros
seja dia ou seja noite
um velhaco deixa cair da boca
os piolhos que tem no cérebro
com que pretende infestar a vizinhança
esperamos pelo prometido terramoto
avantesmas ___
___ vão para o raio que vos parta!
As coisas por aqui começam a azedar.
ResponderEliminarSe calha de chegar a mostarda ao nariz do poeta, vamos ter mosquitos por cordas... hahahaha
Achei piada a este comentário.
EliminarAmanhã mudo de tom.
Obrigado.
Quem vive num rua tranquila, nem imagina que há ruas como a do poema.
ResponderEliminarAmanhã vamos todos mudar de tom 🌷
E há ainda pior.
EliminarPior ainda??? :(
EliminarBom dia, L.
ResponderEliminarA minha rua não é uma rua, é um passeio, mas também poderia ser uma alameda só para peões e bicicletas e trotinetas, tudo muito verde e muito tranquilo...
Vejo que os seus vizinhos são muito conflituosos, ou não lhe fariam chegar a mostarda ao nariz a ponto de os descrever com tanta acrimónia.
Os meus - felizmente, caramba! - são gente pacata com a qual até simpatizo bastante, embora quase sempre me fique por um bom dia ou boa noite "enfeitado" por um sorriso meio desdentado .
De qualquer forma, conseguir fazer um bom poema a partir de matéria tão pouco poética, não é para qualquer um.
Forte abraço!
A poesia atenua o desagrado.
EliminarViver em "propriedade horizontal" com pessoas que não respeitam os direitos dos outros condóminos (previstos nas leis) e acham que vivem numa vivenda e podem fazer tudo o que lhes apetece, incluído o não pagamento das prestações do condomínio nem admitindo a cobrança, até pela violência... é um desagrado permanente.
Um abraço.
Boa tarde Luís,
ResponderEliminarUm poema magnífico que nos fala de um mundo tão real.
Por mais duro que seja, existe por aí em muitos recantos.
Não podemos ignorar e fechar os olhos, embora sejamos impotentes para o resolver.
Beijinhos,
Emília
Sei que os condomínios são uma fonte de problemas para quem é cumpridor e se cruza com gente sem regras e sem respeito.
EliminarTalvez o meu texto dê voz a muitos que vivem essa realidade.
Um abraço.
O Poeta está "zangado".
ResponderEliminarMas, há vizinhos intragaveis.
Eu não tenho esses na minha rua.
:)
Intragáveis sempre presentes.
EliminarUm abraço.
Muito bem visto e exposto.
ResponderEliminarEu tenho à minha porta ajuntamentos, pessoas
destinadas ao Café, mas é ali que permanecem
tratam de tudo, escarram, dizem palavrões
enfim... Um bairro que tinha tudo para ser pacífico,
Um abraço
Olinda
Sabemos do que falamos. Essa gente incomoda.
EliminarUm abraço.
Nesta altura e neste contexto não é fácil mudar de casa... se no meu bairro houver oferta ou na minha actual rua surgir oportunidade, não deixarei de te comunicar... ambas as comunidades envolventes são isso mesmo, comunidades... e a minha vizinha do lado pintou-me o retrato...
ResponderEliminarNão posso mudar, a casa é minha.
EliminarJunto-me a ti porque aqui no meu prédio e fora é uma poluição sonora e humana muito diferente de há uns anos. Não temos condomínio porque somos todos arrendatários e uns belos senhorios que deixam degradar o prédio. Todos falam comigo mas a bagunça que fazem no entra e sai é de fugir. Eu lavei as escadas anos a fio e nunca recebi nada e deixei quando me lesionei. Hoje lavo a minha entrada e a entrada do prédio que é serventia de todos. Com a tempestada Aline e a outra a seguir caíaram os vidros da clarabóia e quando chove é um autêntico chuveiro. Avisei os senhorios e vieram falar que no Verão iram arranjar o telhado.
ResponderEliminarJá me habituei e isso é que me interessa
Beijos e um bom dia
Caímos no meio da confusão, agora é tarde para sairmos.
EliminarUm abraço.