IA
Pediste-me para te deixar viver um tempono meu imaginárioe disseste-me isso enquanto caminhávamosà volta do jardim curto do teu bairrosentávamo-nos de vez em quandopara descansar as nossas falase permitias que tocasse os teus seiosao de leve porque ainda era diae tínhamos o futuro desse diatodo inteiro para nóse outra vezà volta do jardim curto do teu bairroelogiavas a leveza dos meus passose o tom do meu silêncioassim como um incenso para que te deixasseviver um tempo no meu imaginárioe eu disse-te que os teus seiosjá estavam vivos no meu imaginárioe que todos os dias dormia contigono meu corpo como se fosse o teue te homenageava solitário antes de adormecere de novosentados fizeste questãode tomar a minha cabeça no teu ombroe disseste que bebias o perfume do meu cabelopara que eu vivesse no teu imaginárioda mesma forma como tu gostariasde viver um tempo no meu imagináriono fim do diaà volta do jardim curto do teu bairrosentados toquei os teus seios menos ao de leveporque já anoiteciae combinámos viver no imaginário um do outropor uns tempos enquanto vivêssemosbeijámo-nos nos lábios intimamenteporque já era noitetudo foi simples depois entre nósnão mais voltámos a ver-nos.